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Chávez: situação em Honduras pode acabar em guerra civil

Agência France-Presse
postado em 16/07/2009 19:57
A situação em Honduras deve se complicar e pode acabar levando a uma guerra civil no país, que se estenderá à América Central, advertiu nesta quinta-feira o presidente venezuelano, Hugo Chávez. "A situação de Honduras tende a se complicar, a se tornar mais tensa (...) e pode terminar em uma guerra civil com risco de se espalhar pela América Central", disse Chávez em La Paz, onde participa das celebrações do bicentenário da independência. [SAIBAMAIS]Chávez destacou que Manuel Zelaya, presidente deposto e seu aliado político, está disposto a voltar a Honduras para retomar o poder ou morrer lutando. O líder venezuelano disse que conversou com Zelaya por telefone na véspera, mas não revelou onde está o presidente deposto. "Ele (Zelaya) me disse: Hugo, não sei se vou morrer, mas vou voltar a Honduras ...". Segundo Chávez, Zelaya destacou que "Honduras tem muitas fronteiras, terrestres e marítimas, e não vou ficar dando voltas pelo mundo (...), prefiro morrer no território hondurenho". Na terça-feira passada, Zelaya convocou os hondurenhos à "insurreição" contra o atual governo, que o derrubou em 28 de junho passado. "O povo hondurenho tem direito à insurreição, é um direito legítimo e faz parte dos conceitos mais elevados do sentido da democracia diante de um governo usurpador e de militares golpistas", disse Zelaya na Guatemala. Zelaya incitou à "greve, à manifestação, às ocupações e à desobediência civil", porque são um "processo necessário quando é violentada a ordem democrática em um país". "Não há que abandonar a luta, é preciso mantê-la até que os golpistas saiam do regime que estabeleceram em nosso país". Nesta quinta-feira, bloqueios de estradas montados por partidários de Zelaya paralisavam diferentes regiões de Honduras. Centenas de motoristas ficaram parados na estrada perto de El Durazno, a 5 km ao norte de Tegucigalpa, esperando com paciência que a estrada fosse liberada pelos 5.000 membros de organizações populares que pediam o retorno de Zelaya. Na capital, os manifestantes bloquearam a saída sul do país, em direção às fronteiras com Nicarágua e El Salvador. A polícia limitava-se a acompanhar os protestos, sem intervir, para evitar confrontos. Estava sendo afetado o movimento de mercadorias em Puerto Cortés, o principal do país, uma vez que mais de 1.000 simpatizantes de Zelaya cortaram a estrada que comunica essa cidade com San Pedro Sula. Também houve paralisações no caminho em direção a Comayagua e Olancho, a 200 km a leste da capital.

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