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EUA não querem que Zelaya tente novamente voltar a Honduras

Agência France-Presse
postado em 17/07/2009 20:13
Os Estados Unidos se opõem a uma segunda tentativa de retorno a Honduras do presidente Manuel Zelaya, estimando que tal iniciativa pode prejudicar os esforços de mediação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias. "Não queremos que pessoas tomem medidas que possam entrar em conflito ou não contribuir positivamente aos esforços de mediação de Arias", declarou Robert Wood, porta-voz do departamento de Estado. "A tensão aumentaa, e estamos tentando levar as partes envolvidas a concentrarem seus esforços na volta à ordem democrática e constitucional", acrescentou. O porta-voz se recusou a especificar se os Estados Unidos tinham entrado em contato com Zelaya para convencê-lo a não tentar voltar a Tegucigalpa. Porém, um alto representante do departamento de Estado, que não quis ser identificado, ressaltou que o presidente hondurenho deposto está totalmente ciente da posição americana. Uma segunda tentativa de volta de Zelaya "não ajudaria muito", e "ele está totalmente ciente de nossa posição sobre este assunto", afirmou. "O que ele deveria fazer é se empenhar plenamente no processo de mediação", acrescentou a fonte. De acordo com seu aliado venezuelano Hugo Chávez, Zelaya está se preparando para regressar a Honduras o mais rápido possível. Ele já tentou voltar a seu país dez dias atrás, mas não conseguiu porque as autoridades bloquearam o aeroporto. Em Tegucigalpa, os simpatizantes do presidente deposto deram continuidade nesta sexta-feira ao movimento de protesto em Honduras, onde as autoridades já estão pressionadas pela comunidade internacional, na véspera de uma reunião de mediação na Costa Rica. Milhares de manifestantes decidiram manter o bloqueio das estradas no país, principalmente nas que passam pela capital, para exigir a volta do dirigente, expulso por militares em um golpe de Estado na manhã de 28 de junho. "Não desistam, ou Honduras vai desmoronar", clamou o porta-voz do Bloco Popular, Juan Barahona. Uma semana depois de uma primeira tentativa de mediação, que fracassou, o presidente da Costa Rica e prêmio Nobel da Paz Oscar Arias conclamou as duas partes a aceitarem a formação de um "governo de união nacional", por ocasião de uma reunião prevista para este sábado em San José. A ideia já foi rejeitada pelo presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, o ex-presidente do Congresso designado para o cargo de chefe de Estado após a expulsão de Zelaya. "Não aceitamos que um país nos imponha seu ponto de vista. Nossa posição é firme, e não vamos mudar", afirmou Micheletti, que já propôs renunciar ao cargo desde que Zelaya não volte ao poder. Os dois homens serão representados por suas delegações nas negociações da Costa Rica.

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