Agência France-Presse
postado em 19/07/2009 17:13
San José - A delegação do governo de fato hondurenho apresentou neste domingo ao mediador da crise, Oscar Arias, uma proposta na qual aceita o retorno do mandatário deposto Manuel Zelaya, mas para que seja submetido à justiça, segundo uma cópia divulgada à imprensa.
"Aceitamos o retorno do peticionário senhor José Manuel Zelaya Rosales com as garantias necessárias para que possa exercer seu direito devido ao processo ante os órgãos jurisdicionais competentes do Poder Judiciário", indica a proposta do chefe da delegação, Carlos López, em resposta ao "mapa do caminho" de sete pontos apresentado pelo presidente costarriquenho Arias no sábado.
[SAIBAMAIS]O ponto inegociável de Arias para retirar Honduras da crise é a restituição de Zelaya no poder, do qual foi derrubado por um golpe de Estado no dia 28 de junho.
A delegação de Micheletti aceita a formação de um governo de "união e reconciliação nacional, composto pelos partidos políticos e por setores sociais", como propôs Arias, mas também quer a instituição de uma "comissão de verdade" para que sejam "identificados os atos, tornados evidentes e notórios, que levaram à atual situação".
López, em sua carta dirigida ao mediador e fechada em San José neste domingo, pede que sejam "devolvidos" os fundos públicos que "foram subtraídos e utilizados ilegalmente", em referência a um suposto desfalque de 70 milhões de lempiras do Banco Central feito pelo secretário da Presidência, Enrique Flores Lanza.
Segundo López, a delegação também concorda em adiantar as eleições gerais se assim for decidido, fixadas inicialmente para 29 de novembro, e em pôr a partir de agora as Forças Armadas e a Polícia Nacional sob o comando do Supremo Tribunal Eleitoral para assegurar sua transparência.
Por fim, propõe a criação de uma comissão de verificação composta por hondurenhos notáveis que vigie o cumprimento desses acordos.