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Ex-paramilitares sérvios pegam perpétua e 30 anos por crimes na Bósnia

HAIA - Dois ex-paramilitares sérvios, Milan e Sredoje Lukic, foram condenados nesta segunda-feira à prisão perpétua e a 30 anos, respectivamente, pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia por crimes contra a humanidade cometidos na Bósnia entre 1992 e 1994.

"A corte condena Milan Lukic a passar o resto de sua vida na prisão, e Sredoje Lukic a 30 anos de detenção", declarou o juiz Patrick Robinson.

Os primos Milan Lukic, 41 anos, e Sredoje Lukic, 48 anos, foram considerados culpados de exterminar civis muçulmanos da Bósnia, em massacres cometidos como líder ou membro das "Águias Brancas" ou "Justiceiros", uma unidade paramilitar sérvio-bósnia de Visegrad (sudeste da Bósnia).

No dia 14 de junho de 1992, os dois assassinaram cerca de 70 mulheres, crianças e idosos, todos muçulmanos da Bósnia, prendendo eles em uma casa de Visegrad que incendiaram logo em seguida. Segundo os juízes, eles ainda atiraram com armas automáticas nas pessoas que tentaram fugir pelas janelas.

Milan Lukic também matou cerca de 70 muçulmanos, entre eles mulheres, crianças e idosos, no dia 27 de junho de 1992 em uma casa de Bikavac, perto de Visegrad, na qual atirou várias granadas depois de trancar todas as portas e janelas. O tribunal absolveu Sredoje Lukic deste segundo massacre por "falta de provas".