Agência France-Presse
postado em 22/07/2009 15:51
Depois da Ucrânia, o vice-presidente americano, Joseph Biden, chegou nesta quarta-feira (22/7) à Geórgia, outra ex-república soviética pró-ocidental, para reafirmar o apoio de Washington a Tbilisi, um ano após o conflito armado russo-georgiano.
"O motivo pelo qual o presidente (Barack) Obama pediu que eu fosse à Geórgia é enviar uma mensagem clara e simples, a de que a América continua apoiando a Geórgia", declarou Biden no início de um jantar com o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili.
[SAIBAMAIS]"A Rússia está construindo um novo muro de Berlim na Geórgia, mas nunca nos renderemos à Rússia", respondeu Saakashvili.
Os dois dirigentes devem se reunir novamente na quinta-feira. O vice-presidente americano também pronunciará um discurso diante do Parlamento.
Uma multidão saudou Biden no caminho do aeroporto para a capital georgiana, sobretudo na avenida George W. Bush, rebatizada depois da visita do antecessor de Obama, em maio de 2005.
Muitas pessoas agitaram bandeiras da Geórgia e dos Estados Unidos e ergueram cartazes pedindo o "fim da ocupação", em alusão à presença de forças armadas russas na república separatista da Ossétia do Sul.
Biden veio a Tbilisi para reafirmar o apoio americano à soberania da Geórgia e à adesão deste país à Otan, como o fez segunda e terça-feira na Ucrânia.
Estes dois vizinhos da Rússia mantêm relações complicadas com Moscou.
A tensão aumentou com a guerra que Rússia e Geórgia travaram em agosto de 2008 pelo controle da Ossétia do Sul, um território que proclamou sua independência da Geórgia no início dos anos 90.
Moscou reconheceu a independência da Ossétia do Sul e de outra região separatista da Geórgia, a Abkházia, e ainda assinou acordos para instalar bases militares nestes dois territórios.
Desde então, as esperanças da Geórgia de aderir à Otan praticamente foram por água abaixo.
Muito contestado por sua gestão do conflito com a Rússia, o presidente Saakashvili é alvo de constantes pedidos de demissão formulados pela oposição. Joe Biden também deve se encontrar na quinta-feira com os líderes opositores georgianos.
A viagem de Biden acontece duas semanas após a visita do presidente Obama à Rússia para reativar as relações bilaterais, seriamente deterioradas durante o mandato de Bush.
Depois de garantir que a reaproximação com Moscou não se fará em detrimento da Ucrânia, Biden pediu nesta quarta-feira a Kiev que reduza sua dependência energética da Rússia, chave, segundo ele, de sua liberdade política e econômica.
"Sua liberdade econômica depende mais de sua liberdade energética do que de qualquer outro fator", afirmou Biden durante um discurso em Kiev.