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Mercosul defenderá campanha para flexibilizar patentes de remédios contra gripe suína

postado em 23/07/2009 19:31
Os chefes de Estado do Mercosul deverão incluir na declaração final da reunião de amanhã (24) um apelo para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) lidere um processo de flexibilização de patentes dos medicamentos e das futuras vacinas contra a influenza A (H1N1) gripe suína para que as novas tecnologias estejam ao alcance dos países mais pobres. A proposta foi debatida hoje (23), na capital paraguaia, por ministros da Saúde e do Desenvolvimento do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai, em reunião ampliada do Conselho do Mercosul instância máxima decisória do bloco. A questão principal, neste momento, é de que maneira as tecnologias de prevenção, vacinas, reagentes para diagnóstico e medicamentos podem estar acessíveis a todos os habitantes do planeta. A questão do acesso a essas tecnologias, hoje, é a questão central, afirmou o ministro brasileiro da Saúde, José Gomes Temporão, pouco antes da reunião. Seria inadmissível que uma nova vacina seja desenvolvida por um conjunto de laboratórios e apenas um pequeno grupo de países ou um número restrito de habitantes de alguns países tenha acesso a essa tecnologia, reiterou o ministro. Ele explicou que não se trata de quebra de patentes, mas de negociação com os laboratórios que estão desenvolvendo a nova vacina e também com os que produzem os dois únicos medicamentos eficientes contra a gripe suína. Há dois medicamentos eficazes contra a gripe A e ambos defendidos por patentes. O Brasil tem estoque suficiente para manejar essa situação, mas a questão passa a ser de segurança de nossas populações. Estamos chamando a Organização Mundial da Saúde para que lidere uma discussão da relação entre propriedade intelectual e acesso s tecnologias, afirmou. Temos que apostar é na possibilidade de que, através de acordo com as empresas produtoras, termos acesso vacina, ressaltou. De acordo com o ministro, esse tipo de transferência de tecnologia já ocorre no caso da produção das vacinas do rotavírus, por Biomanguinhos, e da gripe sazonal, pelo Instituto Butantan. O Brasil já tem uma tradição de alguns anos nesse tipo de estratégia, o que nos dá uma posição diferenciada, afirmou. Os ministros do Mercosul também discutiram como o Brasil e os demais países sul-americanos podem estabelecer um plano estratégico não apenas para enfrentar a gripe suína, mas também para preparar a região para situações futuras. Doenças emergentes e reemergentes estarão sempre impactando os países e os sistemas de saúde. Temos que ter uma agenda estratégica continental. Segundo Temporão, o México tem uma fábrica de vacinas e está interessado a se unir nesse esforço. O assunto deve ser aprofundado em nova reunião, a ser agendada Aqui vamos ter uma reunião de decisão politica. Estamos vendo a possibilidade de uma reunião mais prática para discutirmos de maneira mais pragmática o que cada um de nós pode fazer. O Brasil, evidentemente, é uma liderança nessa área e vai ter um papel importante nessa discussão, concluiu.

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