Agência France-Presse
postado em 24/07/2009 08:20
GENEBRA - O vírus A (H1N1) da gripe suína continua se espalhando a grande velocidade, e apenas quatro meses após seu surgimento no México, está perto de atingir todos os países do mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde)."Se vocês considerarem que a propagação deste vírus atingiu 160 dos 193 Estados membros da OMS, estamos nos aproximando de 100%, mas (ainda) não chegamos lá", declarou à imprensa nesta sexta-feira Gregory Hartl, porta-voz da OMS.
"No que se refere aos mortos, acredito que estamos agora perto dos 800", disse. O número anterior era de mais de 700 mortos nas contagens da organização.
Calculando em várias centenas de milhares o número de pessoas contaminadas, o porta-voz da OMS ressaltou que "mais há casos, mais haverá mortes, sem poder avançar uma taxa de mortalidade. "Não temos os dados para fazer o cálculo", disse, reconhecendo que diversas questões ainda não têm resposta".
O novo vírus A (H1N1) foi detectado pela primeira vez no fim do mês de março no México. A OMS declarou pandemia em 11 de junho passado.
Desde então, a doença se expandiu a uma velocidade sem precedente, segundo a OMS, que destacou que "em pandemias passadas, foram necessários mais de seis meses para que o vírus se propagasse tanto quanto o vírus H1N1 se propagou em menos de seis semanas".
O vírus se espalha com muita rapidez, mas os especialistas da OMS destacaram que a esmagadora maioria dos pacientes, que em geral se recupera, mesmo sem tratamento médico, fica doente por uma semana após o surgimento dos primeiros sintomas.
No entanto, especialistas da OMS temem ainda uma mutação para uma forma mais perigosa: "devemos saber que pode haver mudanças e estarmos prontos para isso", disse Hartl. "Por enquanto, não observamos nenhuma mudança no comportamento do vírus. O que observamos, é sua expansão geográfica", acrescentou.
As primeiras doses da vacina devem estar disponíveis no início do outono no Hemisfério Norte, confirmou, mas a OMS ainda não sabe se será necessário tomar uma ou duas doses para ficar imune à doença.
"Os testes clínicos acabam de começar em alguns países. Saberemos mais algumas semanas após as primeiras injeções porque precisamos ver a reação das pessoas, e de seus anticorpos, para saber se uma injeção é suficiente ou se vamos precisar de duas", explicou Hartl.
Alguns casos de resistência ao Tamiflu, o antiviral mais utilizado contra o A(H1N1) à espera de uma vacina foram registrados, mas eles não estão coligados", garantiu o porta-voz.