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Obama telefona para o policial que deteve o professor negro de Harvard

Agência France-Presse
postado em 24/07/2009 15:30
O presidente Barack Obama disse que seus comentários sobre a detenção de um professor negro da Universidade de Harvard, que geraram uma polêmica racial no país, foram "infelizes", e telefonou nesta sexta-feira (24/7) para o policial envolvido. Obama arrependido de críticasNum aparecimento de surpresa no briefing matinal, Obama procurou apaziguar a tormenta que explodiu desde que afirmou que o policial de Cambridge (Massachusetts, nordeste) havia agido "estupidamente" ao deter Henry Louis Gates, um professor negro de Harvard, por forçar a porta de sua própria casa. "Quero deixar claro que, infelizmente, com minhas palavras dei a impressão de estar caluniando o Departamento de Policía de Cambridge ou especificamente o sargento Crowley", disse o presidente. "Poderia ter medido minhas palavras", acrescentou. [SAIBAMAIS]Gates, especialista em questões africanas e afro-americanas na prestigiada Universidade de Harvard e amigo de longa data de Obama, foi detido semana passada após ter forçado a porta da própria casa, porque não encontrava suas chaves, ao retornar de uma viagem. A polícia foi alertada por uma vizinha que pensou numa tentativa de roubo, num primeiro momento. Versões Os fatos variam sensivelmente, se relatados pelo professor Gates ou por quem o deteve, o sargento James Crowley. Gates diz ter sido vítima de um comportamento racista. Gates foi levado à delegacia porque se comportou grosseiramente, afirma o policial. "Não conheço inteiramente o caso", admitiu Obama em entrevista à imprensa na quarta-feira. Mas, segundo ele, "a polícia se comportou de maneira estúpida ao deter alguém que tinha todas as provas na mão, inclusive a de estar na própria casa", comentou. Gates foi detido por perturbação à ordem pública, considerando o incidente um exemplo da forma com a qual a polícia trata os negros no país, afirmando que gostaria de receber um pedido de desculpas. "Não haverá desculpas de minha parte, nada fiz de mal", respondeu o sargento Crowley, considerando "ridícula" a acusação de racismo.

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