Agência France-Presse
postado em 28/07/2009 12:10
A China autorizou nesta terça-feira (28/7) a imprensa estrangeira a entrar em uma de suas bases militares, situada a aproximadamente uma hora de carro de Pequim, em uma rara operação de comunicação e de abertura.
A 3ª divisão de guardas do Exército Popular de Libertação recebeu dezenas de jornalistas chineses e estrangeiros em sua bases e mostrou-lhes alojamentos, refeitórios e também uma série de armas e soldados praticando exercícios antiterroristas.
[SAIBAMAIS]Segundo o relatório anual do Instituto internacional de investigação para a paz de Estocolmo (Sipri), publicado mês passado, a China quase triplicou seu orçamento militar em dez anos e é a segunda em termos de gastos militares com 6% do total mundial em 2008.
Pequim pretende aumentar seu orçamento militar em 14,9% este ano, após uma alta de 17,6% em 2008, mas garante que suas intenções são puramente de defesa.
Os gastos militares chineses chegarão a 480,68 bilhões de yuans (quase 56 bilhões de euros), ou seja, 6,3% de seu orçamento.
Suas ambições militares suscitam preocupações no estrangeiro, principalmente nos Estados Unidos, que acusaram diversas vezes a China de falta de transparência deste assunto.
"A China está cada vez mais aberta para o mundo externo, e seu exército também. Estamos acelerando o processo e inclusive em transparência", declarou o coronel chinês Leng Jiesong.
"A visita a esta base mostra que estamos dando um grande passo no processo de abertura", disse.
A China, em resposta às críticas estrangeiras sobre seu orçamento militar, afirmou que o grosso desta verba vai para a melhoria das condições de vida dos 2,3 milhões de homens e mulheres que servem para o maior exército do mundo.
Além de mostrar aos jornalistas seus dotes culinários, os soldados fizeram uma demonstração de combate, com gritos e tiros, exibindo seus alvos em papéis crivados de bala sob os aplausos dos chineses presentes.
Esta divisão apresenta á imprensa é dedicada à defesa da capital e atuará para a manutenção da segurança durante as festas de 1º de outubro, data do 60º aniversário da fundação da República popular da China.