Agência France-Presse
postado em 28/07/2009 17:52
WASHINGTON - O influente senador republicano Charles Grassley, do Estado agrícola de Iowa, grande produtor de milho, advertiu nesta terça-feira (28/7) que poderá atrasar a confirmação, no Senado, do nome do futuro embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, escolhido pelo presidente Barack Obama, devido a seu suposto apoio à eliminação das tarifas sobre as importações de etanol.
"Como senador e candidato presidencial, o presidente Obama defendeu a manutenção das tarifas sobre a compra de etanol", disse Chales Grassley. "Agora, a pessoa designada pelo presidente como embaixador no Brasil diz que a supressão da tarifa será 'benéfica'. É importante saber se o governo mudou de posição antes que a nomeação siga seu curso".
Grassley, membro da comissão de Finanças do Senado, afirmou que vai recorrer ao regulamento que permite atrasar a votação de confirmação do nome do diplomata de carreira Thomas Shannon.
O governo do Brasil espera que Washington levante a tarifa imposta, o que representaria um maior acesso de suas exportações de etanol ao mercado americano. Iowa é o principal produtor americano de milho, planta a partir da qual se pode fabricar esta alternativa para a gasolina.
A votação acontecerá ainda nesta terça-feira. Em teoria, os democratas contam com os 60 votos necessários para contra-atacar o bloqueio à nomeação.
Shannon é o atual responsável do departamento de Estado para América Latina, cargo que ocupa desde 2005.
Obama nomeou Arturo Valenzuela, ex-membro do governo do presidente Bill Clinton, para substituir Shannon no departamento de Estado, mas a confirmação de ambos, que deveria ter ocorrido há uma semana, foi adiada a pedido do senador republicano Jim DeMint, que criticou a posição do atual governo de repudiar o golpe de Estado em Honduras. Shannon se ocupou ativamente do tema Honduras no departamento de Estado.