Agência France-Presse
postado em 30/07/2009 18:59
BOGOTÁ - O chanceler israelense, Avigdor Lieberman, afirmou que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, coopera com "setores radicais" do Islã, e o acusou de antissemitismo, segundo declarações publicadas nesta quinta-feira (30/7) em Bogotá.
"Não vou falar de informação de inteligência, mas temos provas suficientes para nos preocupar com a colaboração entre setores radicais do Islã e Hugo Chávez", disse Lieberman ao jornal El Tiempo, ao final de uma viagem que incluiu Brasil, Argentina, Peru e Colômbia.
O chanceler israelense respondeu dessa forma a uma pergunta sobre as evidências que afirma possuir seu país sobre a existência de células do movimento xiita Hezbollah, apoiadas pelo Irã, na Venezuela e na península colombiana de La Guajira (fronteira norte).
"Israel viveu má experiência por ocasião de ataques em Buenos Aires (contra a Associação Mutual Israelita Argentina AMIA e contra sua embaixada). Hoje, vemos a proximidade entre Chávez e os iranianos e, por isso, queremos prevenir novos atos contra israelenses", acrescentou.
Lieberman também acusou Chávez de antissemitismo por um comentário efetuado sábado segundo o qual os Estados Unidos estão transformando a Colômbia no "Israel da América Latina", através de uma "plataforma" militar que sirva de base para "agredir" países vizinhos.
Tal afirmação é fruto "de xenofobia, antissemitismo, anti-israelismo. Não é um fenômeno novo, lamento que possa existir ainda em pleno século XXI, depois do Holocausto; terrorismo contra as pessoas de Israel, o uso de uma linguagem antissemita", destacou.
Lieberman disse também ao jornal El Espectador que Chávez deve pedir desculpas a seu país como condição para normalizar as relações, rompidas por Caracas em meados de janeiro passado.