Agência France-Presse
postado em 31/07/2009 18:25
Uma série de atentados com bomba contra fiéis xiitas deixou 29 mortos e 136 feridos diante de cinco mesquitas da região de Bagdá pouco depois da tradicional oração de sexta-feira, um mês após a retirada das tropas americanas dos centros urbanos do Iraque.
Os atentados foram cometidos de forma simultânea em Bagdá e seus arredores, segundo os serviços de segurança.
"Pelo menos 23 pessoas morreram e 107 ficaram feridas na explosão de uma bomba" em um estacionamento da mesquita Al-Shurufi em Shaab, um bairro do nordeste de Bagdá, declarou uma fonte dos serviços de segurnaça.
Esta mesquita é frequentada por partidários do movimento do líder radical xiita Moqtada al-Sadr.
Uma velha Volkswagen estava estacionada no local. O veículo despertou as suspeitas dos moradores, mas a polícia não interveio para removê-lo.
Depois da explosão, os policiais entraram em pânico e atiraram de forma indiscriminada, matando três fiéis. Os moradores, furiosos, exigiram que a polícia deixasse o local, destacou uma fonte do ministério do Interior.
Duas outras bombas explodiram quando os fiéis deixavam a mesquita Rasul al-Azam em Jisr Diyala, na periferia sul de Bagdá, no fim da oração semanal. Cinco pessoas morreram e outras 15 ficaram feridas, segundo as mesmas fontes.
No bairro de Zaafaraniyah, também na periferia sul da capital, um fiel morreu e seis ficaram feridos na explosão de uma bomba diante de uma mesquita.
No leste de Bagdá, quatro pessoas foram feridas em um atentado perto da mesquita Al-Hakim, no bairro de Kamaliyah.
Outro atentado foi cometido na husseiniyeh (local de culto xiita) Imam Sadr em Al-Elam, um bairro do oeste de Bagdá, deixando quatro feridos.
"O governo é parcialmente responsável pelos acontecimentos de hoje, pois em vez de proteger os iraquianos, concentra seus esforços na perseguição de sadristas inocentes", afirmou em Najaf o porta-voz do movimento de Moqtada al-Sadr, xeque Salah al-Obeidi.
A série de ataques foi cometida três semanas depois do duplo atentado suicida perpetrado na cidade de Tal Afar, que deixou 35 mortos e 61 feridos no dia 9 de julho.
A onda de violência dos últimos meses em Bagdá teve como alvo principal a comunidade xiita. O modus operandi dos autores dos atentados aponta para a Al-Qaeda.
A violência se intensifica no momento em que as forças iraquianas estão encarregadas da segurança em todas as cidades do país desde a retirada americana dos centros urbanos, em 30 de junho.
A violência já caiu muito em relação a 2007, mas o país poderá sofrer uma nova onda de atentados contra os partidos e os políticos antes das eleições gerais de janeiro de 2010, avisou um alto responsável americano.
"A medida que se aproximarem as eleições, teremos uma violência política", declarou o coronel Tobin Green, comandante da primeira divisão de cavalria do exército americano.
Terça-feira, dez pessoas morreram e outras 42 ficaram feridas em ataques em Bagdá.