postado em 04/08/2009 19:07
Grupos de oposição iranianos pediram que manifestantes preparem para amanhã uma nova rodada de protestos de rua para coincidir com a cerimônia de posse do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Os chamados, feitos por meio de sites reformistas e blogs, mostram a disposição dos manifestantes de confrontar a operação de segurança que deve ser montada na região do Parlamento e em outras partes da capital Teerã durante os rituais de posse. As autoridades têm destacado cada vez mais policiais para atuar nos eventos ligados às eleições de 12 de junho, disputadas por Ahmadinejad e o oposicionista Mohsen Rezaei.
Partidários da oposição afirmam que houve falsificação de votos e outras fraudes na vitória de Ahmadinejad. A reação deu início à maior onda de protestos populares no Irã desde a Revolução Islâmica, em 1979. Confrontos dispersos ocorreram na segunda-feira em Teerã após uma cerimônia na qual o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, formalmente confirmou o segundo mandato de Ahmadinejad. A oposição também protesta contra um julgamento em massa programado para recomeçar na quinta-feira. Mais de cem pessoas, dentre elas ativistas reformistas e políticos são acusadas de encorajar os protestos e desafiar o sistema islâmico. O julgamento é alvo de denúncias de reformistas e conservadores.
Autoridades iranianas disseram hoje que vão investigar funcionários do governo, dentre eles integrantes das forças de segurança e membros do judiciário, acusados de terem cometido abusos contra civis durante as manifestações. A decisão foi tomada após pedidos para que os suspeitos de terem assassinado e torturado manifestantes sejam processados. Pelo menos 30 pessoas morreram durante as manifestações que se seguiram ao pleito presidencial, segundo dados de uma investigação parlamentar. Centenas de pessoas foram detidas. Grupos de direitos humanos acreditam que o número de mortos é bem maior.