Agência France-Presse
postado em 06/08/2009 09:42
HIROSHIMA - A cidade japonesa de Hiroshima lembrou nesta quinta-feira o 64º aniversário do primeiro bombardeio atômico do mundo, que deixou 140 mil mortos, em 1945. Cerca de 50 mil pessoas, incluindo os sobreviventes do Holocausto nuclear, participaram na cerimônia no monumento dedicado aos 140 mil mortos pelo ataque lançado pelos Estados Unidos em 6 de agosto de 1945.
[SAIBAMAIS]O primeiro-ministro japonês, Taro Aso, se encontrava presente, assim como os representantes de 60 países. "Prometo novamente hoje que o Japão estará na vanguarda da comunidade internacional pela abolição das armas nucleares e a manutenção de uma paz eterna", afirmou Aso ao término da cerimônia.
A cerimônia foi realizada a alguns metros da Cúpula de Genbaku, um ex-salão de exposições do qual resta apenas a estrutura calcinada. Este foi o único edifício que ficou em pé depois da explosão da bomba.
O prefeito de Hiroshima, Tadatoshi Akiba, aproveitou a ocasião para pedir a abolição por completo das armas nucleares até 2020. Ele também elogiou o presidente americano, Barack Obama, por sua posição antinuclear. O prefeito recordou as palavras de Obama, que afirmou que, como a única potência a ter utilizado a bomba atômica, os Estados Unidos têm a "responsabilidade moral de atuar para obter um mundo sem armas nucleares". "A abolição das armas nucleares é o desejo não apenas dos 'hibakusha' (sobreviventes do bombardeio), como também de uma ampla maioria de pessoas e nações neste planeta", indicou.
Taro Aso admitiu que não acredita numa abolição das armas nucleares, pouco depois de ter prometido às vítimas de Hiroshima que o Japão sempre será um dos líderes da luta contra a desnuclearização do planeta. "Um mundo sem armas nucleares só poderá existir se todas as bombas nucleares desaparecerem de vez do planeta", estimou Aso durante uma coletiva de imprensa depois de pronunciar o discurso de Hiroshima.
Às 8h15 (23h15 GMT), a hora exata em que a bomba explodiu em 1945, os participantes se levantaram e rezaram em silêncio pela memória das milhares de vítimas.