Agência France-Presse
postado em 06/08/2009 13:50
MONTEVIDÉU - O presidente colombiano, Alvaro Uribe, explicou nesta quinta-feira (6/8) o acordo para que os Estados Unidos usem bases militares em seu país a seu colega uruguaio, Tabaré Vázquez, cujo governo mostrou até o momento uma certa distância dos conflitos entre a Colômbia, Equador e Venezuela.
Uribe se reuniu com Vázquez por uma hora e, em seguida, partiu para Brasília, última escala de sua viagem para explicar o acordo com os Estados Unidos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Após o encontro com Vázquez, Uribe se dirigiu brevemente à imprensa para agradecer o "espaço de diálogo mantido com o senhor presidente Tabaré Vázquez" e "enviar uma saudação de afeto ao povo uruguaio".
Antes de chegar ao Uruguai, Uribe passou pelo Peru, Bolívia, Chile, Argentina e Paraguai para explicar o acordo que permitirá aos norte-americanos usar sete bases militares na Colômbia, algo que gera resistência na região, em especial na Venezuela, Equador e Bolívia.
Tanto Colômbia como Estados Unidos negam que isso implique uma ameaça para os vizinhos e afirmam que os únicos que devem se sentir ameaçados são os traficantes de drogas e os terroristas. Fontes do governo uruguaio, que não detalharam o conteúdo da conversa entre Uribe e Vázquez, recordaram que o "Uruguai sempre se manteve equidistante" quanto a esse conflito.
A chegada do presidente colombiano ao palácio presidencial uruguaio foi marcada pela presença de manifestantes radicais de esquerda gritando slogans como "Uribe, assassino". Oficialmente, a viagem de Uribe tem o objetivo de abordar temas sobre o terrorismo na Colômbia, seus riscos e os assuntos relativos à União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
Essa viagem acontece depois que os presidentes Lula e a chilena Michelle Bachelet pediram a Uribe maiores esclarecimentos a respeito do acordo que a Colômbia negocia com os Estados Unidos para que Washington use três bases militares colombianas para a luta contra o narcotráfico e o terrorismo.
Lula e Bachelet propuseram publicamente que Uribe explique o acordo ao Conselho de Defesa Sul-Americano durante a Cúpula das Nações Sul-Americanas (Unasul), em Quito, mas o líder colombiano rejeitou a sugestão.
O general da reserva Jim Jones, conselheiro em segurança nacional do presidente americano Barack Obama, defendeu na quarta-feira, em sua visita ao Brasil, o acordo com os colombianos, garantindo que não esconde "segredo algum".