Agência France-Presse
postado em 07/08/2009 09:34
TBILISI - Geórgia e Rússia recordam nesta sexta-feira (7/8) o primeiro aniversário da guerra que travaram pelo controle da zona separatista georgiana da Ossétia do Sul, num contexto de novas tensões que causam preocupação internacional pela estabilidade no Cáucaso.
O presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, depositou uma coroa de flores no monumento aos soldados mortos e, em Tbilisi, foram colocados bonecos com uniformes militares russos na avenida central para simbolizar a ocupação russa dos territórios georgianos, as regiões separatistas da Ossétia do Sul e Abkházia, cuja independência foi reconhecida por Moscou depois do conflito.
A Ossétia do Sul, a região pela qual combateram os dois países, organizará a maioria das cerimônias no sábado, uma vez que o conflito começou na noite de 7 de agosto.
Por sua parte, o presidente russo, Dimitri Medvedev, defendeu o papel da Rússia e assegurou ter tomado todas as decisões. "Era o único a tomar as decisões", declarou em entrevista ao canal de televisão russo NTV.
As cerimônias previstas em toda a Geórgia, em Moscou e em Tsjinvali, a capital da Ossétia do Sul, acontecem num momento em que as tensões estão vivas na região. Moscou voltou a acusar os Estados Unidos de rearmar silenciosamente a Tbilisi, e advertiu que dará uma resposta adequada. "O fornecimento de armas dos Estados Unidos continua", declarou à imprensa o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Grigori Karasin, ao recordar o primeiro aniversário da guerra.
De um litígio regional iniciado há anos, o conflito se transformou em guerra de alta ressonância geopolítica, a partir do momento em que as tropas russas invadiram uma parte da Geórgia, em resposta à tentativa de Tbilisi de assumir o controle da Ossétia do Sul, a região georgiana separatista. Os russos chegaram a 30km da capital.
O exército russo não teve nenhuma dificuldade em massacrar as forças georgianas em um "blitzkrieg" de apenas cinco dias, deixando a comunidade internacional paralisada e a Geórgia aterrorizada. Os ossetas, por sua vez, receberam os russos como salvadores.
Os russos, ao deixarem o território depois de um cessar-fogo assinado graças à mediação europeia, mantiveram o controle não somente da Ossétia como também da Abkházia, outro pequeno território separatista pró-russo, assim como de partes do território georgiano limítrofe.