Agência France-Presse
postado em 09/08/2009 20:40
Chanceleres da Unasul se reuniram neste domingo para elaborar a Declaração de Quito que será assinada pelos presidentes sul-americanos e que abordará a crise mundial e a situação em Honduras, enquanto que a Venezuela defendeu que a cúpula de segunda-feira rechace o pacto militar Bogotá-Washington.
O presidente colombiano Alvaro Uribe não participará desse encontro, devido à crise entre seu país e o Equador, que romperam suas relações diplomáticas.
Os chanceleres poderão inserir na declaração o polêmico acordo negociado pela Colômbia para permitir aos Estados Unidos o uso de suas bases militares para o combate às drogas e ao terrorismo.
Neste sentido, o chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou os Estados Unidos de pretenderem dividir a América do Sul enviando tropas para bases da Colômbia e disse que a cúpula da Unasul deve ser um cenário para que se rejeite esse acordo.
"Há aqueles das elites de Washington, o império norte-americano, que seguem pretendendo dinamitar a união da América do Sul", declarou Maduro à imprensa.
A Unasul "é o cenário por natureza em que esses temas devem ser abordados" e "os povos têm o direito de se defender" para "garantir a soberania de nosso território", acrescentou.
Outro assunto que deverá dominar os debates é a destituição do presidente hondurenho Manuel Zelaya.
O presidente deposto de Honduras instou neste domingo a Unasul a incluir o tema do golpe de Estado que o retirou do poder na agenda da cúpula do organismo desta segunda-feira em Quito, com o objetivo de promover a sua restituição.
"Me parece que a América do Sul (...) deve retomar o tema do golpe de Estado. Esse grupo deve buscar caminhos que defendam os interesses dos presidentes", disse Zelaya, que se encontra na capital equatoriana para a cerimônia de posse do mandatário reeleito Rafael Correa, nesta segunda-feira.
Zelaya, que foi derrubado no dia 28 de junho, enfatizou que "não é um interesse unicamente de Honduras retomar a democracia, é a segurança continental que está em risco".