Agência France-Presse
postado em 10/08/2009 08:35
QUITO - O acordo pelo qual a Colômbia autorizaria os EUA a utilizarem suas bases militares será discutido este mês em uma "reunião urgente" de ministros sul-americanos, segundo consenso assinado na ante-sala da Cúpula da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), nesta segunda-feira (10/8), em Quito.
[SAIBAMAIS]A proposta deve ser incluída na declaração de Quito, que deve ser assinada pelos líderes da América do Sul, em encontro que marcará a transferência da presidência temporária da Unasul, do Chile para o Equador, indicaram fontes diplomáticas.
"No ânimo de fortalecer o diálogo e o consenso em termos de defesa mediante o fomento de medidas de confiança e transparência, convocam uma reunião urgente dos ministros das Relações Exteriores e da Defesa", destacou o rascunho do texto.
A Bolívia se manifestou contra a presença de bases militares estrangeiras. Já o chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou os EUA de pretender dividir a América do Sul, enviando tropas a bases da Colômbia, e disse que a Cúpula da Unasul deve ser palco para fechar este acordo.
O tema das bases dos EUA na Colômbia gera "uma tremenda preocupação para todos os nossos países", afirmou por sua vez Emilio Izquierdo, representante equatoriano na Unasul.
Bolívia, Equador e Venezuela rejeitaram o acordo entre Washington e Bogotá, sugerindo que o mesmo seria um "fator de desestabilização" na América do Sul. Argentina e Brasil manifestaram suas reservas.
A Colômbia defende o acordo como um assunto interno e descartou que sua cooperação com os EUA seja uma ameaça para outros países. O presidente colombiano, Alvaro Uribe, que não assistirá a Cúpula de Quito, devido à crise que rompeu suas relações com o Equador, viajou semana passada a sete países sul-americanos para explicar o alcance do pacto militar com os EUA.
Na reunião desta segunda-feira, os presidentes preveem incluir na declaração uma referência às ilhas Malvinas, que ainda é alvo de disputa entre Argentina e Grã-Bretanha, conforme antecipou a chancelaria chilena.
"Além disso, eles devem anunciar a criação de conselhos de infraestrutura e planejamento, de luta contra o narcotráfico, de educação, cultura, ciência, tecnologia e inovação, e o de desenvolvimento social sul-americano", acrescentou.