postado em 10/08/2009 10:38
A declaração final que os líderes da União de Nações Sul-americanas (Unasul) assinam nesta segunda-feira (10/8) em Quito deve omitir a polêmica em torno da futura presença norte-americana em sete bases militares da Colômbia. Apesar das provocações e até mesmo das ameaças de guerra feitas nos últimos dias pelos países contrários ao acordo, sobretudo pela Venezuela, não houve consenso da Unasul em torno da proposta da Bolívia de inclusão de um parágrafo de "rechaço" ao acordo Estados Unidos-Colômbia.
[SAIBAMAIS]Ontem, representantes de Colômbia, Equador, Bolívia, Brasil e Chile tentavam fechar um documento à parte da declaração final sobre a polêmica envolvendo as bases militares colombianas. Essa foi a solução encontrada para o protesto da Bolívia sobre a polêmica parceria EUA e Colômbia na área militar.
O documento paralelo, no entanto, não citará textualmente as bases - fala apenas em buscar "soluções pacíficas para problemas regionais nas áreas de segurança e defesa". A omissão do acordo militar EUA-Colômbia no documento final representa uma derrota para os países bolivarianos (Venezuela, Bolívia e Equador).
Em seu programa dominical de TV, Chávez afirmou que pedirá, durante a 3ª Reunião de Cúpula da Unasul, que cada país latino-americano faça um protesto contra "essa ameaça". O pedido de Chávez, entretanto, tende a se circunscrever ao círculo de países bolivarianos. Os governos do Chile, Uruguai, Paraguai e Peru já consideraram a questão das bases como um assunto interno e soberano da Colômbia. "Ao assinar esse acordo, a Colômbia terminará como uma colônia do império", insistiu Chávez. "O império vai mandar às suas costas e, sobretudo, aumentará a grande ameaça contra nós".
Mesmo ausente da cúpula de Quito - que transcorrerá em um período de pouco mais de uma hora nesta manhã -, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, será o centro do encontro formal e das conversas de bastidor. Deverá também ser o principal alvo de ataques dos líderes bolivarianos, que acompanharão o presidente do Equador, Rafael Correa, em um evento popular que celebra o início de seu segundo mandato, na tarde de hoje.