Agência France-Presse
postado em 10/08/2009 15:41
A Promotoria uruguaia pediu uma pena de 30 anos para o ex-ditador uruguaio Juan Bordaberry (1973-1976) por nove crimes de "desaparecimento forçado", dois "homicídios especialmente agravados" e uma "violação da Constituição", disse à AFP a procuradora Ana Maria Tellechea.
Os dois crimes de homicídio são referentes a morte dos militantes comunistas Fernando Miranda e Ubagesner Cháves Sosa, cujos restos mortais foram encontrados durante escavações em 2005 e 2006 em instalações militares.
Além disso, a procuradora pediu a condenação de Bordaberry pelo crime de "atentado contra a Constituição", apesar dele ter sido indeferido pelo juiz e pelo tribunal em dezembro de 2006.
O advogado Bordaberry, Gaston Chávez, disse à AFP que Mota ainda não recebeu as notificações, esperando recebê-las nesta segunda-feira.
Bordaberry de 81 anos, se encontra em prisão domiciliar devido a problemas de saúde.
Ele venceu as eleições presidenciais no Uruguai em 1971, em meio a um período de violência política desencadeada pela guerrilha tupamara ações e à repressão das forças conjuntas (policiais e militares).
Assumiu o governo em Março de 1972 e em junho de 1973 apelou para as Forças Armadas para dissolver o parlamento e instaurar uma ditadura. Os militares o destituíram em 1976 e continuaram no poder até 1985, quando a democracia retornou ao Uruguai.