postado em 10/08/2009 18:55
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu serenidade e muita conversa para preservar a paz e fortalecer a integração entre os países do continente sul-americano. Lula fez a declaração logo depois da posse dos novos dirigentes da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), na sequência de um discurso inflamado do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que quebrou o protocolo da cerimônia.
Os chefes de governo presentes já haviam assinado a declaração final do encontro quando Chávez pediu a palavra e defendeu uma proposta apresentada pela Bolívia, de um posicionamento mais firme da Unasul, rechaçando a instalação de sete bases norte-americanas em território colombiano.
No documento final da cúpula, não há qualquer menção a essas bases militares.
Chávez chegou a levantar a possibilidade de retaliação militar contra a Colômbia, caso seu país sofra alguma agressão depois da instalação das bases. Ele disse que era seu dever alertar para a possibilidade de confrontos mais sérios e que percebia que ventos de guerra sopram sobre a região.
Os presidentes do Paraguai, Fernando Lugo, da Bolívia, Evo Morales, do Chile, Michelle Bachelet, e do Equador, Rafael Correa, também se pronunciaram sobre o clima tenso que hoje envolve o continente.
O presidente Lula, que só chegou a Quito na madrugada de hoje, decidiu antecipar a volta ao Brasil e nem chegou a participar da posse de Rafael Correa na presidência da Unasul.
Em entrevista concedida na Base Aérea da capital equatoriana, pouco antes de embarcar de volta ao Brasil, Lula manteve o tom conciliatório e fez uma proposta: que a Unasul convoque o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para uma reunião. Seria a oportunidade para ouvirmos do próprio presidente Obama o que ele pensa de uma política para os países do continente sul-americano, afirmou.
A questão das bases norte-americanas deverá ser o assunto principal numa reunião extraordinárias dos ministros das Relações Exteriores e da Defesa dos 12 países membros da Unasul no próximo dia 24, em Bariloche, na Argentina. O presidente brasileiro disse esperar que a Colômbia envie seus representantes a Bariloche.