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Turismo: Willemstad, a Amsterdã tropical

Entre os encantos da cidade, estão as casinhas coloridas, a ponte móvel e o centro comercial de Punda, onde é possível encontrar diversos produtos com preços até 30% mais baixos do que os cobrados no Brasil

postado em 12/08/2009 08:20

Entre os encantos da cidade, estão as casinhas coloridas, a ponte móvel e o centro comercial de Punda, onde é possível encontrar diversos produtos com preços até 30% mais baixos do que os cobrados no BrasilCuraçao tem o tamanho aproximado ao da ilha de Florianópolis. Sua única cidade, Willemstad, é patrimônio cultural da humanidade. A arquitetura bem preservada dos séculos 17 e 18 faz com que ela se torne uma versão tropical de Amsterdã, virada para o mar. A capital circunda a Baía de Saint;Anna, e um canal urbanizado de mesmo nome liga Willemstad ao mar, dividindo-a. De um lado, fica Punda (ponta, em papiamento) o centro comercial; na parte oposta, Otrobanda (outro lado), área de residências, hotéis e restaurantes. Unindo os dois, há uma atração inusitada: uma ponte móvel para pedestres. A cada vez que uma embarcação precisa entrar ou sair da baía, um dos extremos da ponte se desprende da mureta de proteção, fazendo um movimento pendular. Depois que o barco passa, essa ponta volta para o lugar de origem.

Na beira do canal, mesas e cadeiras cobertas por toldos recebem os frequentadores dos restaurantes e cafés. Punda chama a atenção dos turistas pela beleza de seu casario colonial colorido, cartão postal da cidade, e pelo movimentado comércio, que concentra as principais lojas da ilha. Os carros só transitam em volta do quarteirão. No meio dele, os limpos calçadões são interligados por becos, facilitando as compras e os passeios a pé pelo labirinto de vitrines. Embora não haja novidades nas marcas e nos modelos do comércio globalizado, os preços podem ser até 30% mais baixos que os cobrados no Brasil.

[SAIBAMAIS]As ofertas de produtos são muitas: os perfumes, por exemplo, custam a partir de US$ 40. Os relógios, US$ 150 em média. As máquinas fotográficas, US$ 250; as filmadoras, US$ 450. As lojas também oferecem promoções de souvenirs com motivos da ilha. Ímãs de geladeira podem ser encontrados por US$ 5 (três unidades). Três camisetas saem por US$ 10, e o trio de sacolas de praia feitas de plástico, por US$ 12. A pechincha nem sempre funciona. Depende muito da habilidade do freguês e do limitado humor dos comerciantes. A ilha, que é um paraíso fiscal, tem uma zona franca proibida para os habitantes nativos. Ali, os turistas podem comprar no atacado, e alguns produtos podem até ser entregues no país dos compradores.

O lado popular de Punda está representado pela feira de artesanato, onde dá para encontrar trabalhos multicoloridos feitos em série e a expressão criadora dos artesãos locais fica pouco evidente. No mercado flutuante, feira de produtos agrícolas, há frutas frescas e hortaliças, mas nada produzido na ilha. Os vegetais precisam ser importados porque o solo da ilha é estéril. Transportadas em barcos desde a costa venezuelana, as hortaliças são vendidas em tendas armadas na calçada do ancoradouro.

Casa cor
Entre os encantos da cidade, estão as casinhas coloridas, a ponte móvel e o centro comercial de Punda, onde é possível encontrar diversos produtos com preços até 30% mais baixos do que os cobrados no BrasilAs vibrantes cores do Caribe se espalham por toda a cidade e cada casa tem a sua. Reza a lenda que, antigamente, todos os prédios eram brancos e um governador da ilha sofria uma incurável dor de cabeça, sem remédio que lhe desse alívio. Quando foi procurar mais um tratamento, o médico analisou que a possível causa do problema era o reflexo da intensa luz do sol de Curaçao no branco das fachadas. E aconselhou-o a mandar pintar as casas de diferentes cores. Deu certo e, por esse motivo, a receita teria virado moda desde aquela época.

Hora de papear
As disputas entre as potências colonizadoras, os piratas e o comércio de escravos africanos marcaram a história de Curaçao. Deixaram uma mistura racial, cultural e uma nova língua, o papiamento (do verbo português papear), falada pela maioria da população. Os negros ; obrigados a aprender as ordens dos portugueses comerciantes de escravos ; construíram-no misturando o idioma oficial, o holandês, a herança colonial espanhola e a proximidade com a América do Sul. "60% das palavras são do português, 30% do espanhol e 10% do holandês", explica o professor Oswin La Reine, da Fundação de Unificação do Idioma. Ele completa: "O sotaque é próximo ao brasileiro". Na sonoridade da fala, os brasileiros se sentirão em casa ao ouvir expressões de saudação como "bon dia", "bon tardi" e "bon noche"; e ainda "por fabor" ou "di nada".


; É um pouquinho de Curaçao, iaiá

Além do idioma papiamento (que apresenta várias palavras e expressões semelhantes às usadas no português) e da miscigenação racial, Brasil e Curaçao tem vários pontos em comum. Conheça alguns deles:
. O gosto pelo futebol. Alguns curaçolenhos dizem até torcer mais pela Seleção Brasileira do que pela holandesa. E acompanham os jogos de futebol brasileiro por meio de antenas parabólicas
. O carnaval. Em Curaçao, a festa também é em fevereiro e tem Rei Momo, desfiles e tambores
. Em algumas manifestações folclóricas, as mulheres usam turbantes e vestidos iguais aos das nossas baianas. Em outra, as moças põem saias rodadas e os homens, chapéus de palha. E os casais desenvolvem coreografias que lembram as das quadrilhas de festas juninas.

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