Agência France-Presse
postado em 12/08/2009 00:35
A líder opositora birmanesa Aung San Suu Kyi e o cidadão americano John Yettaw vão apelar da sentença que sofreram na terça-feira, informaram nesta quarta seus advogados em Yangun.Aung San Suu Kyi foi condenada a 18 meses de prisão domiciliar pela justiça de Mianmar, país governado por uma junta militar. Yettaw pegou sete anos de prisão e trabalhos forçados.
[SAIBAMAIS]Nyan Win, advogado de Suu Kyi e porta-voz da Liga Nacional pela Democracia (LND), disse à AFP que a defesa "não está satisfeita" com o julgamento.
"Pensamos que este julgamento é totalmente contrário à lei", destacou Nyan Win, afirmando que a equipe da defesa de Suu Kyi apelará da sentença.
Khin Maung Oo, defensor de Yettaw, também anunciou sua decisão de apelar, "etapa por etapa". Se for preciso, "escreveremos" ao número um da junta militar, generalíssimo Than Shwe, "para pedir a expulsão de Yettaw" de Mianmar.
Prêmio Nobel da Paz, Suu Kyi, 64 anos, foi considerada culpada de ter transgredido as regras de sua prisão domiciliar em maio passado, quando recebeu em casa John Yettaw, que chegou a nado a sua residência, que fica à margem de um lago.
A pena inicial era de três anos de prisão e trabalhos forçados, mas foi comutada pela junta militar para 18 meses de prisão domiciliar diante da pressão internacional.
Suu Kyi passou 14 dos últimos 20 anos presa. Sem uma medida especial de clemência, a nova condenação a impedirá de participar nas eleições nacionais convocadas pela junta militar para 2010.
Já Yettaw foi condenado a sete anos de prisão e trabalhos forçados. O americano, de 54 anos, pegou três anos por ter infringido as leis de segurança, outros três anos por violações das leis de imigração e a um ano por ter nadado ilegalmente em um lago municipal de Yangun.