Agência France-Presse
postado em 12/08/2009 08:46
TEERÃ - O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, negou nesta quarta-feira (12/8) que manifestantes detidos tenham sido vítimas de abusos sexuais, como acusou o candidato à presidência reformista Mehdi Karubi. "O abuso sexual de detidos é uma mentira", declarou Larijani em um discurso no Parlamento.
Em uma carta enviada em 29 de julho ao ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, o candidato reformista destacou que "certo número de pessoas detidas afirmaram que mulheres jovens foram estupradas de modo selvagem". "Homens jovens também foram violentados de modo selvagem e sofrem desde então de depressões e sérios problemas psicológicos e físicos", completou.
"O conteúdo desta carta era chocante e os meios de comunicação estrangeiros deram atenção imediata. Devido ao caráter sensível do tema, pedi à comissão especial do Parlamento sobre os detentos que investigasse", afirmou Larijani. "Depois de uma investigação precisa e completa sobre os detentos das prisões de de Kahrizak e Evin, nenhum caso de abuso sexual foi constatado", acrescentou.
Pelo menos 4 mil pessoas foram detidas durante as manifestações que denunciavam uma fraude na reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad nas eleições de 12 de junho, e 300 deles permanecem presos.
Os atos de violência deixaram oficialmente 30 mortos, mas fontes ligadas ao candidato derrotado Mir Hossein Moussavi, um moderado, afirmam que o número chega a 69.
O diretor do jornal ultraconservador Kayhan, Hosein Shariatmadari, nomeado pelo guia supremo Ali Khmanei, defendeu a convocação de Mehdi Karubi pela justiça e uma punição caso não apresente prova de suas afirmações.