Agência France-Presse
postado em 12/08/2009 14:16
JERUSALÉM - O Exército de Israel matou 11 civis palestinos que agitavam uma bandeira branca durante a grande ofensiva de dezembro e janeiro na Faixa de Gaza, denunciou a Human Rights Watch (HRW) em relatório publicado nesta quarta-feira (12/8).
Segundo o relatório de 63 páginas, baseado em testemunhos e em exames médicos e balísticos, os soldados israelenses mataram, em sete incidentes separados, 11 civis palestinos, entre eles cinco mulheres e quatro crianças, e feriram pelo menos oito que agitavam uma bandeira branca em sinal de trégua, para serem poupados.
"Estes civis estavam em grupo, e agitavam camisetas ou lenços. Não havia nenhum combatente palestino por perto naquele momento", destacou a organização de defesa dos direitos humanos, pedindo ao exército que abra uma investigação sobre as mortes. A HRW ainda ressaltou que os 11 civis não serviram de escudos humanos aos combatentes do Hamas, e não ficaram no fogo cruzado de um tiroteio.
"Na melhor das hipóteses, os militares israelenses não tomaram as precauções necessárias para distinguir os civis dos combatentes antes de abrir fogo, como exigem as leis da guerra", acrescentou. "Na pior das hipóteses, eles atacaram deliberadamente civis e são culpados de crimes de guerra", prosseguiu a organização.
O Exército de Israel abriu 14 investigações contra soldados suspeitos de conduta criminosa durante a ofensiva na Faixa de Gaza.
Este relatório é o sexto da HRW sobre a operação israelense. Em quatro relatórios anteriores, a organização denunciou a violação por Israel das regras do direito internacional, que obrigam um beligerante a distinguir alvos civis e militares. Em um quinto relatório, a ONG qualificou de "crimes de guerra" os disparos de foguetes do Hamas contra civis israelenses.
De acordo com os serviços de saúde palestinos, 1.400 palestinos morreram e 5 mil ficaram feridos durante a ofensiva militar israelense contra o Hamas na Faixa de Gaza.