Agência France-Presse
postado em 16/08/2009 16:44
PARIS - A francesa Clotilde Reiss, detida no Irã desde 1; de julho por ter participado de manifestações pós-eleitorais, saiu da prisão e está bem, anunciou na noite deste domingo (16/8) a presidência francesa. "A jovem, de 24 anos, ficará na embaixada francesa em Teerã aguardando o momento de voltar para a França", indicou um comunicado do Palácio do Elysée.O ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, disse, em seguida, em outro comunicado, que a jovem está na embaixada francesa "sob controle judicial". Kouchner declarou antes à televisão francesa que Paris havia pagado uma fiança pela liberdade de Reiss.
"À espera do reconhecimento de sua inocência, Clotilde Reiss será acolhida na embaixada da França em Teerã, que lhe dará todo o apoio necessário para que possa preparar sua defesa e fazer que se reconheça sua inocência", disse Kouchner, acrescentando que as acusações contra a jovem não têm fundamento. Por sua vez, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, falou com ela por telefone "assim que saiu da prisão".
"O presidente manifestou sua alegria e seu completo apoio, assim como o de todos os franceses que acompanharam com preocupação sua detenção e o processo judicial ao que foi submetida. Também destacou sua dignidade e sua valentia para enfrentá-lo", destacou o comunicado.
O presidente francês "agradeceu aos países da União Europeia e a outros países amigos, como a Síria, a solidariedade e o apoio que nos deram e que continuarão nos dando até que nossas duas compatriotas sejam liberadas por completo", finalizou a nota.
O texto fazia referencia a Reiss e a uma funcionária franco-iraniana da embaixada da França que também foi detida e compareceu ante um tribunal em Teerã. Terça-feira, ela foi liberada sob fiança. A França já agradeceu a Síria, principal aliado do Irã no mundo árabe, por sua ajuda neste caso em particular.
Reiss, que dava aulas de francês na Universidade de Isaphan (centro), compareceu em 8 de agosto ante um tribunal da capital iraniana. Ante esta instância, admitiu ter participado nos protestos e ter redigido um relatório para um instituto dependente da embaixada da França.
"Escrevi um documento de uma página e o entreguei ao chefe do Instituto Francês de Investigação no Irã, que depende do serviço cultural da embaixada da França", declarou ante um juiz que o perguntou se havia escrito um relatório sobre as manifestações pós-eleitorais na universidade de Ispahan.