postado em 17/08/2009 08:41
Antes do atentado de sábado com carro-bomba, as forças de segurança frustraram 62 tentativas de ataques do Talibã em Cabul nos últimos seis meses. A informação foi dada ontem pelo ministro do Interior do Afeganistão, Mohammad Anif Atmar, em entrevista coletiva conjunta com o ministro da Defesa e o chefe do Diretório Nacional de Segurança (NDS), o serviço secreto do país. O ministro da Defesa, Abdul Rahim Wardak, reconheceu que "de maneira alguma se pode garantir com 100% de certeza que outros atentados terroristas não ocorrerão". Wardak justificou dizendo que é muito difícil combater "esse tipo de inimigo, que não tem dignidade nem valores humanos".
[SAIBAMAIS]Segundo ele, seria necessário revistar cada carro para evitar um atentado à bomba. "Não vamos ceder à pressão do inimigo para mudar o estilo de vida dos cidadãos nem violar seus direitos". Wardak disse que Estados Unidos, Inglaterra, Espanha, Índia e Indonésia "são testemunhas" da dificuldade de lidar com os ataques suicidas, referindo-se a atentados que ocorreram nesses países. Para Atmar, o fato de esse ter sido o primeiro atentado em Cabul em seis meses indica uma redução do terrorismo.
O chefe do serviço secreto, Amrullah Saleh, lembrou que, no sábado, depois do atentado com carro-bomba em Cabul, "milhares de pessoas compareceram em comícios de campanha, desafiando o Talibã". "Nos outros atentados, capturamos todos os elementos que ofereceram apoio logístico aos suicidas e os entregamos às autoridades", afirmou Saleh. "Ontem (sábado) os talibãs conseguiram matar gente inocente, mas não tirar a coragem do nosso povo. Eles pagarão por isso".
O atentado suicida foi realizado diante do quartel-general conjunto das forças americanas, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e do Exército afegão, a área mais vigiada de Cabul. Matou 7 civis e feriu 90 pessoas, incluindo uma parlamentar, quatro soldados afegãos e outros quatro das forças internacionais. O fato de um carro-bomba ter chegado até o local passando por dois bloqueios com soldados afegãos, levantou sérias dúvidas sobre as condições de segurança para a realização das eleições, na quinta-feira, que os talibãs prometeram perturbar.