Paulo Renato Cunha
Especial para o Correio
Colocar os pés em São Petersburgo exige um pouquinho de paciência dos turistas. Principalmente quando eles não sabem falar russo. Mas nada de desespero. Basta seguir alguns passos e, pronto, divertimento garantido com direito a vodca e a champanhe soviético.
A primeira coisa a ser feita é contratar um serviço confiável de transfer do Aeroporto Pulkova 2 (que recebe voos internacionais) ao hotel. Importante: isso deve ser arranjado ainda no Brasil, com a agência de viagens. Não deixe para resolver tudo em cima hora ou precisará negociar pessoalmente a corrida com os taxistas locais. E, bom, as aulas de inglês nem sempre ajudam quando se está na Rússia.
Em último caso, pode-se chegar ao centro pelo transporte público (veja quadro no rodapé da página). O preço médio das passagens é de 24 rublos (aproximadamente R$ 1,50). A estação de metrô mais próxima do aeroporto chama-se Moskovskaya. Você precisará ir de ônibus até ela. Viagem nada aconselhável se estiver com muitas malas. Além de desconfortável, é perigosa. Leia a seguir sobre outros cuidados que é necessário ter quando se vai à cidade.
Cuide-se
Apesar dos rumores, Petersburgo é tão insegura quanto qualquer outra grande cidade europeia. Sobre o crime organizado... Bom, digamos que a máfia russa tem assuntos mais importantes do que ir atrás de turistas indefesos com máquinas fotográficas. Contudo, é sempre bom tomar cuidado, pois alguns boatos são realmente verdadeiros.
Há muitos policiais corruptos atrás de recompensas. Se alguém de uniforme lhe pedir o passaporte, nunca mostre o original. Eles podem querer dinheiro para devolvê-lo. Por isso, antes de viajar, faça cópias autenticadas dos documentos na embaixada russa, ou em qualquer corpo diplomático autorizado.
Na rua, evite falar alto, pois a atitude chamará a atenção desse tipo de guarda. Quanto aos objetos de valor, é aconselhável sair do hotel apenas com o essencial. Nada de andar pela cidade com a carteira cheia de cartões de crédito. Aliás, nem todos os estabelecimentos aceitam esse tipo de pagamento. Uma boa dica é fazer as programações das atividades e levar no bolso somente a quantia necessária para cada dia.
Nos passeios, tome bastante cuidado ao atravessar as largas avenidas da cidade. Não espere que os motoristas respeitem a faixa, como em Brasília. Em São Petersburgo, isso nem sempre acontece.
Quer degustar a vodca russa? A bebida número um do país também pode ser perigosa. A maioria dos mitos em relação aos hábitos alcoólicos dos nativos condiz com a verdade. Além disso, a vida noturna de São Petersburgo estimula tomar a "branquinha" até altas horas da noite, principalmente no verão. Portanto, antes de se aventurar nessa jornada etílica, lembre-se que as vodcas do país costumam ter quase 30% de álcool. A dica você já deve estar cansado de ouvir: aprecie com moderação.
Onde estou?
O maior problema enfrentado pelos turistas em São Petersburgo talvez seja a dificuldade na hora de procurar por informações em outras línguas. Nas avenidas da cidade, apenas algumas placas de sinalização foram traduzidas para o inglês. E as letrinhas em cirílico habitualmente colocam as pessoas em maus lençóis.
Caso saiba falar alemão, é provável que essa língua lhe ajude mais do que a de Shakespeare. No período pós-Segunda Guerra Mundial, a União Soviética ocupou parte da Alemanha e durante anos o idioma daquele país foi ensinado nas escolas russas como matéria obrigatória. Mas tampouco é bom confiar nessa possibilidade.
Se quiser visitar os subúrbios, contrate um guia na recepção do hotel ou nas agências brasileiras de turismo. Outra opção são os ônibus exclusivos de dois andares. Eles ficam estacionados ao lado do centro comercial Gostini Dvor, na Nevski Prospekt. Além de baratos, têm guias eletrônicos em vários idiomas. Já nos museus e outras exposições, há sempre alguém simpático disposto a ajudá-lo.
Alguns turistas preferem passear pela cidade dirigindo. Se esse for o seu caso, não se esqueça da habilitação internacional de motorista. Ela precisa ser carimbada por um dos agentes alfandegários, no desembarque do Aeroporto Pulkova 2.
COMO CHEGAR AO HOTEL
De táxi
Os taxistas sabem direitinho como diferenciar os russos dos estrangeiros e pedem preços absurdos, em torno de 1.500 rublos (aproximadamente R$ 150) para levar os turistas ao centro da cidade. Fique atento, pois o valor justo não deve ultrapassar os 700 rublos (R$ 46, mais ou menos). Daí a importância do transfer ser negociado ainda no Brasil.
Ônibus
A cada 15 minutos, ônibus partem do Aeroporto Pulkova 2 até a estação de metrô Moskovskaya. São eles: N113, N213, K3 e K213. O preço sugerido das passagens é de 22 rublos (em torno de R$ 1,40).
Metrô
Preço da passagem de metrô: 20 rublos (R$ 1,30, aproximadamente).
Fonte: serviço de transporte público de São Petersburgo
DICAS
Eletricidade
Se for levar algum aparato eletrônico, lembre-se que a tomada é de 220 volts AC, 50Hz. A entrada tem dois furos redondos. Para evitar problemas com encaixes, compre um adaptador T (em média, R$ 5). Há também opções mais caras, como os adaptadores universais, cujos preços podem ultrapassar os R$ 40.
Dia e noite
A cidade nunca dorme, e algumas lojas jamais fecham. Não é difícil achar estabelecimentos abertos durante qualquer hora do dia. Se tiver a plaquinha com o número 24, entre sem bater.
Quem paga mais
É comum algumas exposições cobrarem ingressos mais caros dos turistas. E, infelizmente, a lei do país permite tal hábito. Em alguns teatros e museus, por exemplo, os preços para os estrangeiros chegam a ser 20 vezes maiores do que os destinados aos russos. Se você ainda é estudante, a carteirinha universitária internacional ajuda à beça na economia.
AGENDA DE VIAGEM
Código de área para chamadas internacionais:
7 812
Telefones em caso de roubos ou furtos
. 2 ; Número de emergência
. 578-3094 ou 702-2177 ; números da polícia
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