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Mídia afegã se recusa a censurar cobertura de eleições

postado em 19/08/2009 14:28
Jornalistas afegãos rejeitaram nesta quarta-feira (19/8) uma determinação do Ministério de Relações Exteriores para que não veiculassem informações sobre ataques ou violência no país no dia da eleição que será realizada amanhã. Segundo os profissionais, a tentativa de cerceamento viola um direito constitucional. Temendo que a violência por parte do grupo fundamentalista Talibã prejudique o comparecimento às urnas, o ministério afirma que a determinação é necessária "para garantir a alta participação do povo afegão". O Talibã ampliou seus ataques antes das eleições. Nos últimos dias, a organização foi responsável por dois atentados contra tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), lançamento de morteiros contra o palácio presidencial e um assalto a banco. O grupo militante também ameaça atacar centros de votação e eleitores. "Nós não obedeceremos essa ordem", disse Rahimullah Samander, chefe da Associação de Jornalistas Independentes do Afeganistão. Uma porta-voz da embaixada dos Estados Unidos ressaltou os direitos do governo local, mas afirmou que uma imprensa livre "está diretamente ligada à credibilidade das eleições". Fahim Dashti, o editor do "Kabul Weekly", um jornal publicado em inglês, qualificou a ação como "uma violação da lei de imprensa" e lembrou que a Constituição protege a liberdade de expressão. Porém, as forças de segurança podem elevar a hostilidade com o trabalho jornalístico, após ataques. Hoje, repórteres que foram tentar acompanhar um atentado a um banco em Cabul foram agredidos pela polícia, que chegou inclusive a ameaçá-los com armas.

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