Agência France-Presse
postado em 20/08/2009 10:41
RIAD - Os muçulmanos do Oriente Médio estão se preparando para o jejum do Ramadã sob a ameaça da gripe suína, que já reduziu significativamente o número de fiéis que viajam para Meca nesta época do ano para a tradicional "pequena peregrinação" da Omra.
Segundo os habitantes desta cidade santa do oeste da Arábia Saudita, o número de visitantes aumentou esta semana em Meca, na véspera do Ramadã, que começa sexta-feira e no sábado, mas continua muito abaixo do normal. A economia de Meca pode sofrer as consequências das restrições impostas por Irã, Egito e outros países para a pequena peregrinação por medo do contágio.
No início de agosto, o Irã proibiu as viagens para a Arábia Saudita durante o Ramadã, e o Egito decidiu proibir a Omra aos maiores de 65 anos e aos menores de 25.
Na Europa, os representantes oficiais dos muçulmanos na França também "desaconselharam" seus fiéis de realizar a pequena peregrinação que é, diferente do Haj, um dos cinco pilares do islamismo. Ela pode ser feita em qualquer momento do ano, mas é recomendada mesmo durante o Ramadã.
A Omra é mais fácil de realizar porque não está submetida às autorizações de cotas por país do Haj, que todos os muçulmanos devem fazer se têm condições financeiras.
Esta semana, a Arábia Saudita anunciou que o número de enfermos da gripe suína chegou a 2 mil, com mais 14 mortos, desde que a doença apareceu no país em 3 de junho passado. O vírus afeta atualmente a maioria dos países da região. O Kuwait e o Iêmen anunciaram nesta quarta-feira seus primeiros casos fatais. Muitos sauditas consideram que o país, guardião dos lugares santos do islã da Meca e Medina, não pode proibir as peregrinações.
A primeira vítima da região foi uma egípcia que faleceu em 19 de julho ao voltar de Meca. Pouco depois, os ministros árabes da Saúde decidiram seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e desaconselharam o Omra e o Haj aos maiores de 65 anos, as mulheres grávidas e os menores de 12.