Agência France-Presse
postado em 22/08/2009 17:50
Cabul - Diferentes fraudes foram registradas na quinta-feira durante as eleições presidenciais e provinciais do Afeganistão, afirmou neste sábado a FEFA, principal organização afegã independente de observadores eleitorais.
No dia do pleito, a Free and Fair Election Foundation of Afghanistan (Fundação Afegã para Eleições Livres e Justas, numa tradução livre) mobilizou 6.968 observadores, dos quais 2.488 eram mulheres. Eles atuaram nos aproximadamente 6.200 colégios eleitorais abertos no país, informou o presidente da organização, Nader Nadery.
A União Europeia (UE) enviou apenas 120 observadores para fiscalizar a votação afegã. A FEFA observou muitas irregularidades, como "eleitores com vários cartões e votando em nome de mulheres", votos de menores de idade e "fraudes", indicou Nadery.
"Em alguns lugares, homens armados maltrataram os funcionários da Comissão Eleitoral e assumiram o controle dos centros de votação", denunciou a organização afegã.
A Comissão Eleitoral, responsável pela organização do pleito e pelo anúncio oficial dos resultados, também é alvo de críticas da FEFA, que a acusa de parcialidade em benefício do atual presidente, Hamid karzai, que concorre à reeleição.
"Em algumas regiões, a Comissão Eleitoral se aproveitou do analfabetismo dos eleitores para desviar votos a favor de certos candidatos", disse Nadery.
A FEFA também denuncia "a falta de imparcialidade do pessoal local da Comissão", e o fato de que esta "não usou observadores internos, o que acarretou uma falta de controle de seus funcionários".
Além disso, a organização destaca que alguns colégios eleitorais não respeitaram os horários estabelecidos para abertura e fechamento. Na província de Oruzgan, por exemplo, apenas seis dos 36 colégios eleitorais funcionaram no dia da votação. Por fim, "cerca de 650 locais de votação destinados às mulheres permaneceram fechados".
Em relação à violência, a FEFA elogiou "o bom nível de preparação das forças de segurança", mas apontou que os atentados e a insegurança tiveram "impacto sobre a participação" dos eleitores.