Agência France-Presse
postado em 25/08/2009 16:37
O ano de 2009 já é o mais mortífero para as forças estrangeiras mobilizadas no Afeganistão desde o final de 2001, depois que quatro soldados norte-americanos da Otan foram vítimas de uma bomba nesta terça-feira, no momento em que a opinião pública dos Estados Unidos apoia cada vez menos a intervenção.
A quatro meses do final do ano, 295 militares estrangeiros morreram no país asiático, contra as 294 mortes de todo o ano de 2008, segundo o site independente icasualties.org.
Quatro soldados norte-americanos da força da Otan (Isaf) perderam a vida nesta terça-feira na explosão de uma bomba no sul do Afeganistão, anunciou a aliança atlântica.
Essas mortes são registradas no momento em que a estratégia do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no Afeganistão é cada vez mais criticada em seu país, onde a opinião pública já é majoritariamente contrária à guerra.
Os norte-americanos integram a grande maioria (62.000 homens) dos 100.000 militares estrangeiros no Afeganistão.
A província de Helmand (feudo dos talibãs e produtora de 55% do ópio mundial), no sul, é a mais violenta do Afeganistão.
As tropas internacionais e afegãs realizaram recentemente várias operações antes e durante as eleições de quinta-feira passada, perdendo muitos de seus homens, em grande parte, vítimas de bombas artesanais.
O problema político ameaça se intensificar nos Estados Unidos, onde Obama poderá se pronunciar em breve sobre o envio de novos reforços para o Afeganistão, apesar de ter enviado há pouco tempo outros 21.000 soldados.
Seu novo comandante para o Afeganistão, o general Stanley McChrystal, deveria solicitar novos reforços nas próximas semanas, mas isso desagradaria os norte-americanos.
Apenas a quarta parte da população aprova o envio de novas tropas ao Afeganistão, segundo as últimas pesquisas de opinião, que revelam também uma queda da popularidade de Obama.
Na segunda-feira, um senador democrata (partido de Obama) exigiu pela primeira vez uma data para a retirada das tropas dos Estados Unidos no Afeganistão, questionando também a efetividade dos reforços.
"É hora de iniciar o debate sobre um calendário flexível para que as pessoas nos Estados Unidos, no Afeganistão e no restante do mundo vejam que temos a intenção de retirar nossas tropas", declarou o senador Russell Feingold, acrescentando que uma retirada não significa que seu país deixará de perseguir a rede Al-Qaeda.
Segundo a imprensa norte-americana, o general McChrystal estuda três opções: uma de "alto risco", que consiste em pedir apenas 15.000 soldados adicionais; uma de "risco médio", que seria pedir 25.000 novos homens; e uma de "risco escasso", com a solicitação de mais 45.000 militares.