Agência France-Presse
postado em 25/08/2009 20:51
Uma comissão de chanceleres latino-americanos, que chegou a Honduras em busca de uma saída para a crise política do país, deu por concluídas nesta terça-feira suas gestões reconhecendo que não foi possível chegar a um acordo com o governo de fato que permita o retorno do país à vida democrática.
"Embora a Comissão considere que houve avanços durante sua visita, reconhece que ainda não há disposição para a aceitação plena do Acordo de San José por parte de Roberto Micheletti, presidente de fato, e setores afins", anunciou o grupo em declaração.
Os chanceleres de Canadá, México, Costa Rica, Panamá, Argentina, República Dominicana e Jamaica, assim como o secretário-geral da OEA, Miguel Insulza divulgaram a declaração em entrevista à imprensa, depois de reunião de mais de duas horas com Micheletti.
"A comissão considera imprescindível o pronto retorno à normalidade democrática... dado o iminente início da campanha eleitoral prevista para primeiro de setembro", precisou o documento, lido pelo chanceler da Costa Rica, Bruno Stagno.
Durante sua permanência de dois dias, os chanceleres se reuniram em Tegucigalpa com representantes do governo do presidente deposto, Manuel Zelaya, do atual governo, das Forças Armadas, das igrejas católica e evangélica, e com os candidatos à presidência, entre outros.
Os chanceleres concluíram que a maioria dos setores concorda com o plano do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, que prevê o retorno de Manuel Zelaya à presidência, um governo de unidade e de reconciliação nacional e a anistia para crimes políticos em Honduras.
Apesar desta situação, o presidente de fato, Roberto Micheletti, segue rejeitando a proposta de Oscar Arias porque prevê o retorno de Zelaya, derrubado no golpe de Estado de 28 de junho passado.
Em seu encontro com os chanceleres, Micheletti deixou claro que não teme as eventuais medidas da comunidade internacional: "Não temos medo do embargo de ninguém. Podemos seguir em frente sem o apoio de vocês".
O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) convocará uma reunião para esta quarta-feira, em Washington, com o objetivo de analisar os resultados da missão dos sete chanceleres e do secretário-geral do organismo em Tegucigalpa.