Agência France-Presse
postado em 26/08/2009 13:26
PEQUIM - Mais de 65% dos órgãos doados na China são oriundos de prisioneiros condenados à morte e executados, uma situação denunciada por um alto funcionário da saúde e divulgada nesta quarta-feira (26/8) pelo jornal oficial em inglês China Daily.
O artigo constitui uma abordagem pouco habitual do papel dos condenados à morte na área da doação de órgãos no país. "Os presos executados não são em absoluto uma fonte apropriada de doação de órgãos", afirma o vice-ministro da Saúde, Huang Jiefu, citado pelo China Daily.
A fim de tentar remediar a grande dependência que o país tem dos órgãos dos condenados à morte executados, a Cruz Vermelha chinesa lançou na terça-feira uma campanha nacional de doação de órgãos.
Com isso se resolveria o problema do mercado negro de órgãos, mas a questão é que a tradição chinesa não é muito afeita à profanação dos mortos, mesmo que seja com objetivos humanitários.
A China executa mais condenados do que qualquer outro país do mundo, segundo a Anistia Internacional, embora o número real de executados seja considerado um segredo de Estado por Pequim.