Agência France-Presse
postado em 26/08/2009 16:06
Os congressistas democratas, enlutados nesta quarta-feira (26/8) pela morte do senador Edward Kennedy, prometeram honrar sua memória com o esforço para aprovar a reforma do sistema de saúde proposta pelo presidente, Barack Obama, ainda este ano.
Especialistas, no entanto, alertam que se a morte de Kennedy renovou o ímpeto democrata para aprovar o plano de reforma, praticamente não alterou a realidade política atual, pouco afeita à reforma que se tornou prioridade zero da administração Obama em matéria de política interna.
[SAIBAMAIS]"O sonho de Kennedy, de um serviço de saúde de qualidade para todos os americanos, se tornará real este ano por causa de sua liderança e sua inspiração", declarou em um comunicado a líder democrata na Câmara dos Representantes, Nany Pelosi.
Pelosi destacou o fato de Ted Kennedy ter falecido um ano depois de sua aparição na Convenção Democrata em agosto de 2008, à qual ele fez questão de comparecer mesmo fragilizado pelo câncer, e onde ele fez um apelo pela reforma do sistema de saúde público e disse que faria do projeto "a causa de minha vida".
"Hoje (quarta-feira), pegamos a tocha e reafirmamos nosso compromisso com a reforma dos planos de saúde", afirmou o parlamentar democrata Chris Van Hollen, que lidera o esforço do partido para manter ou ampliar sua maioria nas eleições de 2010.
O veterano senador democrata Robert Byrd, que como Ted Kennedy perdeu algumas votações no Congresso este ano por problemas de saúde, referiu-se a ele como "meu melhor amigo no Senado". Além disso, sugeriu que o plano de reforma da legislação da saúde fosse batizado em homenagem a Kennedy.
"Em sua homenagem e como um tributo ao compromisso que tinha com seus ideais, vamos parar de gritar e xingar, para começar um debate civilizado sobre a reforma do sistema de saúde - que, eu espero, levará seu nome quando o projeto virar lei, devido a seu comprometimento em garantir a saúde de todos os americanos", indicou Byrd.
"Ele iria querer que redobrássemos nossos esforços para conseguir (a aprovação da reforma). Nós sentiremos sua falta na luta", declarou por sua vez o parlamentar David Obey, poderoso presidente do Comitê de Apropriações da Câmara dos Representantes.