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Netanyahu faz comparação entre ameaça iraniana e campos de concentração

Agência France-Presse
postado em 27/08/2009 09:38
BERLIM - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez um paralelo nesta quinta-feira (27/8) entre as ameaças do Irã contra Israel e o Holocausto ao receber de presente, em Berlim, as plantas originais do campo de extermínio de Auschwitz. "O Holocausto poderia ter sido impedido", afirmou o premier em visita a Berlim. "Todos sabiam, mas não fizeram nada. Não podemos deixar que isso se repita. Não podemos deixar que alguns peçam impunemente a destruição do Estado de Israel. Esta é a lição mais importante", declarou, em clara alusão ao regime de Teerã, mas sem menciná-lo. "Não podemos deixar o mal organizar o assassinato em massa de inocentes", enfatizou. O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, negou em várias ocasiões o Holocausto e pediu que Israel fosse "apagado do mapa". Netanyahu recebeu, por parte da editora Axel Spinger, as plantas originais de Auschwitz, encontradas por acaso em um apartamento de Berlim, em 2008. O primeiro-ministro agradeceu à editora do jornal Bild por "ter oferecido a Israel este verdadeiro presente". Os planos estão destinados monumento funerário Yad Vashem de Jerusalém. "Há quem acredite que a Shoah jamais existiu. Então que venham a Jerusalém e vejam as plantas desta fábrica da morte", acrescentou. Junto a ele estava sua esposa, Sara, cujo pai foi, segundo ele, "o único sobrevivente de uma família de 100 pessoas". "Não sei quantos membros da família de minha esposa morreram nesses bunkers", acrescentou. O chefe de redação do Bild, Kai Diekmann, que entregou o presente, considerou, por sua parte, que Auschwitz "encarna, melhor do que qualquer outra coisa, a culpa e cegueira de toda uma nação". Quando o documento foi descoberto, o diretor dos arquivos federais alemães em Berlim, Hans-Dieter Kreikamp, classificou sua importância de "extraordinária": "é a prova autêntica do genocídio sistemático e planejado dos judeus da Europa".

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