Mundo

EUA se despedem do último dos irmãos Kennedy

Agência France-Presse
postado em 29/08/2009 13:38
Muitas personalidades prestaram neste sábado uma última homenagem a Edward Kennedy, patriarca da mais famosa família política dos Estados Unidos, durante uma missa organizada em Boston (Massachusetts, nordeste dos EUA) antes do enterro do senador, previsto para esta tarde no cemitério de Arlington, perto de Washington. Uma multidão desafiou a chuva e o vento para se reunir na igreja católica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Boston, onde o presidente Barack Obama e sua esposa Michelle se sentaram na primeira fila. A víuva de Ted Kennedy, Vicki, teve dificuldades para conter a emoção quando o cortejo, formado por vários membros da família vestidos de preto, acompanhou o caixão até a basílica. Envolto em uma bandeira americana, o caixão foi levado à igreja por guardas de uniforme. O genro de Ted Kennedy, Curran Raclin, pronunciou a primeira oração, seguido pela filha do senador, Kara. Os ex-presidentes George W. Bush, Bill Clinton e Jimmy Carter assistiram ao lado de diversas outras personalidades, como o ator Jack Nicholson, ao funeral de Ted Kennedy, o "Leão do Senado", ícone da esquerda americana, falecido terça-feira aos 77 anos das consequências de um tumor no cérebro. O corpo do senador será em seguida levado a Washington para ser enterrado no cemitério nacional de Arlington (Virginia, nordeste dos EUA) ao lado de seus irmãos, o presidente John Fitzgerald Kennedy, assassinado em 1963, e Robert Kennedy, secretário da Justiça e candidato à eleição presidencial assassinado em 1968. Obama pronunciará uma oração fúnebre durante a missa, mas não assistirá ao enterro. Apesar de muitos americanos não compartilharem as ideias políticas do senador, a morte de Ted Kennedy é um verdadeiro acontecimento nacional, que põe fim a 50 anos durante os quais a família Kennedy deixou a sua marca no Partido Democrata. Dezenas de milhares de pessoas desfilaram diante do caixão de Ted Kennedy quinta e sexta-feira na biblioteca John F. Kennedy de Boston. O respeito que ele inspirava também foi comprovado pela diversidade das pessoas que participaram ontem (sexta-feira) de uma cerimônia fúnebre, entre as quais republicanos que mantinham uma forte amizade com Ted Kennedy, apesar de suas divergências ideológicas. O violoncelista Yo-Yo Ma e o cantor Placido Domingo deviam tocar e cantar durante a missa, celebrada pelo arcebispo de Boston, o cardeal Sean O'Malley. À tarde, o cortejo fúnebre deverá atravessar a capital Washington na direção do cemitério de Arlington, após uma breve pausa para uma oração diante da escada do Capitólio. O incrível sucesso da família Kennedy no mundo político e as tragédias que marcaram a dinastia lhe renderam um espaço privilegiado no coração dos americanos, comparado por alguns ao de uma família real. Muitos esperavam que o caçula dos irmãos Kennedy assumisse o lugar deixado vago pela morte brutal de John e Robert. No entanto, prejudicado por diversos escândalos e por problemas ligados ao álcool, Ted Kennedy perdeu para Jimmy Carter a primária democrata de 1980. A derrota não o impediu de realizar uma excepcional carreira de senador, longa de 47 anos e marcada por seu talento político e sua determinação, que fez com que conquistasse a admiração de todos. Seu apoio à candidatura presidencial de Obama em 2008 também foi considerado importante para a chegada à Casa Branca do primeiro negro americano.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação