Agência France-Presse
postado em 31/08/2009 16:07
BERLIM - A França e a Alemanha criticaram duramente o Irã, ameaçando aplicar novas sanções ao país, durante um encontro nesta segunda-feira em Berlim, também voltado para determinar as posições europeias comuns sobre a regulação dos mercados financeiros, antes da Cúpula do G20.
Em uma entrevista conjunta à imprensa, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, reforçaram suas críticas ao regime de Teerã e avisaram o governo do Irã de que deve levar as sério as ameaças de sanções reforçadas, se não aceitar até o fim de setembro congelar seu programa de enriquecimento de urânio.
Sobre a situação política no Irã após a eleição presidencial de 12 de junho, que reelegeu o presidente Mahmud Ahmadinejad, Sarkozy cumprimentou a coragem dos "grandes líderes do regime, que denunciaram as torturas impostas aos opositores".
Para ele, os dirigentes ocidentais não poderiam dizer menos do que disseram estes líderes para denunciar esta prática: "Como podemos fechar os olhos a uma realidade que é denunciada no próprio Irã, e com coragem, por grandes representantes do regime?".
Ao abordar a preparação da Cúpula do G20 dos dias 24 e 25 de setembro em Pittsburgh (Estados Unidos), os dois dirigentes anunciaram que enviarão terça-feira uma carta à presidência sueca da UE para propor harmonizar as posições europeias durante uma reunião dia 17 de setembro.
A chanceler insistiu em que as decisões adotadas na última cúpula do G20 em Londres sejam aplicadas completamente.
Paris e Berlim querem limitar os bônus dos banqueiros e obrigar os bancos a aumentarem seus fundos próprios para limitar os riscos que assumem, explicou Merkel.
"É uma iniciativa que a França apoia", disse Sarkozy, que apresentou a ideia de limitar os bônus.
Em Pittsburgh, "vamos ser julgados pelos fatos e não pelo discurso", declarou o presidente francês.
"A França e a Alemanha concordaram em adotar uma iniciativa ... para chegar a uma posição europeia comum para a Cúpula de Pittsburgh", disse Merkel.
O G20, que reúne os 20 maiores países industrializados e as nações emergentes do planeta, deve adotar em Pittsburgh medidas para evitar uma repetição da crise financeira de 2008, que abalou as economias do mundo inteiro.