Agência France-Presse
postado em 01/09/2009 16:32
Três milhões de estudantes cubanos voltaram às aulas nesta terça-feira sob um sistema renovado pelo governo de Raúl Castro, que reforça a formação ideológica, o estudo de Marx, o anti-imperialismo e a cultura do trabalho, a fim de garantir a continuidade da revolução.
Os escolares dedicaram seu curso ao "Comandante-Chefe" Fidel Castro, afastado do governo há três anos por uma enfermidade, e ao 50º aniversário da revolução socialista.
"Para que a árvore nunca morra, as sementes têm frutos. Fidel é uma grande árvore. Nós, os pioneiros, somos a semente de sua vida. Fidel sempre. Fidel eternamente jovem. Fidel multiplicado", foi a poesia lida pelo jovem Mohamed, numa escola secundária do oeste de Havana.
A presidente da Federação de Estudantes do Ensino Médio, Jennifer Bello, afirmou que o governo busca fortalecer "o trabalho político" para que cada estudante seja uma "arma de combate" ideológico e formar "valores anti-imperialistas e de patriotismo".
Autoridades e acadêmicos cubanos expressam preocupação crescente com os jovens afastados do projeto revolucionário e que "sonham com a sociedade de consumo".
Depois da mudança no Ministério da Educação, em 2008, começou um processo de modificações que inclui, além de um reforço de história e filosofia marxista e leninista, um maior rigor acadêmico.
Emblema da revolução, a educação universal e gratuita em Cuba sofreu nos últimos anos uma deterioração e um êxodo de professores, substituídos por "emergentes", muitos deles sem experiência e vocação, ante o que o governo convocou universitários e professores aposentados.