Agência France-Presse
postado em 02/09/2009 16:29
Abdelbaset Ali Mohamed al-Megrahi, o líbio condenado pelo atentado de Lockerbie em 1988 e cuja libertação no dia 20 de agosto pela Escócia causou polêmica, é mantido sob cuidados intensivos em um hospital de Trípoli, informou nesta quarta-feira à AFP uma autoridade líbia.
Megrahi, de 57 anos, que sofre de um câncer de próstata em fase terminal e que teria apenas três meses de vida, se encontra "há três dias sob cuidados intensivos em um hospital de Trípoli", explicou uma fonte oficial, sem fornecer maiores detalhes.
"Seu estado é crítico. Passou por várias sessões de quimioterapia", indicou uma pessoa ligada a Megrahi, informando que "nem sequer a família pode visitá-lo, por ordem dos médicos".
Megrahi deu entrada no setor de doenças cancerígenas do Centro Médico de Trípoli, acrescentou uma fonte dos serviços de segurança.
Policiais à paisana impediam o acesso a esse local. Uma barreira foi colocada para interditar a rua de acesso ao hospital, constatou um jornalista da AFP no local.
Megrahi foi condenado em 2001 à prisão perpétua pela explosão de um avião da companhia norte-americana PanAm sobre a cidade escocesa de Lockerbie. Sua libertação pela Escócia, em 20 de agosto, provocou uma grande polêmica, sobretudo nos Estados Unidos, país de origem da maioria das 270 vítimas.
O governo escocês, independente da Grã-Bretanha em assuntos judiciais, libertou Megrahi por motivos humanitários. Nesta quarta-feira, o governo escocês perdeu no Parlamento a moção que havia apresentado sobre a decisão de libertar o líbio.
Muitas das críticas estão relacionadas a um suposto vínculo entre a libertação e acordos econômicos de companhias energéticas britânicas com a Líbia, país com grandes reservas de gás e de petróleo.
"Não queríamos que morresse na prisão", admitiu o ministro britânico das Relações Exteriores, David Miliband em entrevista à BBC.