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Morre comandante histórico da revolução e vice-presidente de Cuba

Agência France-Presse
postado em 12/09/2009 10:57
Havana - O comandante histórico Juan Almeida, que chegou a ser considerado o número três do governo de Cuba, morreu na sexta-feira aos 82 anos de uma parada cardiorrespiratória, segundo nota oficial divulgada neste sábado na imprensa local. "Com profunda dor, a Direção do Partido e do Estado comunica ao nosso povo que o comandante da Revolução Juan Almeida faleceu na capital às 23H30 local de sexta-feira em consequência de uma parada cardiorrespiratória", segundo texto do Birô Político do Partido Comunista de Cuba (PCC). Um dos únicos três dirigentes a ostentar o título de Comandante da Revolução, junto com Ramiro Valdés e Guillermo García, Almeida era vice-presidente do Conselho de Estado, membro do poderoso Birô Político e do Comitê Central do PCC, além de deputado. Cuba decretou luto oficial neste domingo, quando a população poderá prestar sua homenagem em cerimônias organizadas em salões públicos. O corpo de Juan Almeida, segundo o comunicado oficial, não será exposto, mas será enterrado com honras militares em data ainda por precisar no Mausoléu da III Frente Oriental Mario Muñoz Monroy, da qual foi fundado e seu único chefe. Nascido em 17 de fevereiro de 1927, Juan Almeida acompanhou fielment os irmãos Fidel e Raúl Castro durante mais de meio século de revolução, marcando presença da população negra e de caráter popular no mais reduzido círculo de poder num momento de forte racismo e de uma tradição de generais e doutores nos governos anteriores. Nacido el 17 de febrero de 1927 en una familia obrera de La Habana, Almeida, un mulato de verbo lacónico pero mordaz, combinó sin protagonismos su actividad en la más alta jerarquía de la revolución con la literatura y la música. Pouco depois do golpe de Estado que em 10 de março de 1952 instalou a ditadura de Fulgencio Batista, Almeida, então um pedreiro de 25 anos, conheceu o advogado Fidel em uma reunião organizada para preparar a luta. Atirador hábil, estava junto a Fidel Castro no frustrado assalto ao quartel Moncada em 1953, na prisão, no exílio no México e na expedição do iate Granma (1956) para lutar na Sierra Maestra. Principal assessor de Fidel na guerrilha, foi o terceiro - depois do argentino Ernesto Che Guevara e de Raúl Castro - a quem o líder revolucionário entregou os graus de comandante rebelde. "Sempre vi Fidel como um líder indiscutível, que nos guiu e preparou para que a revolução não se detivesse. Raúl foi como um irmão mais novo, somos companheiros de luta, irmãos de sentimento, amigos de coração", declarou em uma entrevista ao jornal Granma no ano passado. Desde que foi criada em 1993, presidia a Associação de Combatentes da Revolução Cubana (veteranos de guerra), se graduou em 1996 na Academia Superior Militar de Cuba e, dois anos depois, foi declarado "héroi da nação". Teve nove filhos de três casamentos. Sua primogênita, Beatriz, vive nos Estados Unidos desde 2005, e um dos rapazes, Juan Juan Almeida García, foi detido em maio passado quando tentava imigrar ilegalmente para Miami para se reunir com sua esposa. Almeida também era músico e escritor e dedicou várias de suas obras ao tema da revolução.

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