Agência France-Presse
postado em 14/09/2009 17:36
O embaixador de Honduras, José Delmer Urbizo, foi expulso nesta segunda-feira da sala do Conselho de Direitos Humanos da ONU a pedido dos países latino-americanos, que alegam que ele não representa o governo do presidente deposto Manuel Zelaya, o único considerado legítimo.A polêmica presença do diplomata bloqueou durante mais de cinco horas os trabalhos do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que abriu sua sessão nesta segunda-feira.
[SAIBAMAIS]Não houve debates pela manhã e, no reinício da sessão à tarde, os trabalhos também ficaram bloqueados durante mais de duas horas devido às intensas consultas sobre o pedido de expulsão apresentado pelo grupo dos países da América Latina e do Caribe.
Finalmente, depois da intervenção dos embaixadores do Brasil, Argentina, México e Cuba, o presidente do Conselho de Direitos Humanos, o embaixador da Bélgica, Alex Van Meeuwen, negou a palavra ao diplomata hondurenho e pediu que se retirasse da sala.
"Querem me tirar pela força por ordem do presidente do Conselho (o diplomata belga Alex Van Meeuwen), não me deram direito a réplica, contra qualquer lei, não me permitem falar, é uma violação dos direitos humanos", declarou Urbizo aos jornalistas presentes em um dos corredores da sala, quando vários guardas da ONU tentavam de convencê-lo de deixar a reunião pacificamente.
"Voltaremos", exclamou Urbizo, insistindo para que o presidente o autorizasse a fazer uso da palavra.
Urbizo pediu depois aos guardas da ONU que o deixassem sair da sala sozinho, e, após a sua saída, gritou: "Fui expulso, mas vamos voltar depois das eleições", referindo-se à convocação de eleições gerais em Honduras, feitas pelo governo de fato de Micheletti, previstas para 29 de novembro.
Integrado por 47 Estados eleitos pelo voto secreto da Assembleia Geral da ONU, segundo uma divisão regional rotativa anual, o Conselho tem este ano como representantes da América Latina e do Caribe Brasil, Argentina, Bolívia, Cuba, Chile, México, Nicarágua e Uruguai.