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Venezuela não vê inconveniência em informar sobre compra de armas

Agência France-Presse
postado em 15/09/2009 16:58
O ministro da Defensa da Venezuela, Ramón Carrizalez, afirmou nesta terça-feira, em Quito, que seu país está disposto a informar com transparência à Unasul sobre a milionária compra de armas da Rússia, o que gerou preocupação de vários países, como os Estados Unidos. "Nós temos a obrigação constitucional de nos proteger. Compramos um armamento apenas defensivo", declarou à imprensa durante a reunião ministerial da Unasul na capital equatoriana. Enfatizou que seu país não vê impedimento algum em passar informações à Unasul porque "a confiança começa com a transparência". Anteriormente, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu que a Venezuela seja transparente em suas compras de armas, já que, afirmou, suas recentes aquisições geram temor de que inicie uma corrida armamentista na região. "Expressamos nossa preocupação em relação ao número de compras venezuelanas de armas", afirmou. "Isso levanta a questão de que se vai haver uma corrida armamentista na região", acrescentou. Os ministros das Relações Exteriores e da Defesa da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) se reuniram nesta terça-feira, em Quito, em um ambiente de desconfiança e tensão gerado pelo acordo militar da Colômbia com os Estados Unidos e as compras de armamento da Rússia pela Venezuela. Além disso, a Bolívia está disposta a comprar material militar da Rússia, enquanto que o Brasil iniciou negociações para a compra de 36 aviões de caça franceses. O encontro ministerial extraordinário dos 12 países visa a dissipar o ambiente de intranquilidade com o delineamento de medidas de confiança mútua e de segurança para a região, segundo o chanceler equatoriano Fander Falconí. No entanto, a preocupação dominará a reunião, principalmente por parte do Equador e do Brasil diante dos recentes acordos. A preocupação levou os presidentes da Unasul a se reunir de emergência em 28 de agosto em Bariloche (Argentina), onde acertaram um compromisso sobre a presença militar externa na região e convocaram a reunião ministerial para elaborar medidas de confiança mútua e segurança.

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