Agência France-Presse
postado em 16/09/2009 21:21
A Justiça peruana condenou nesta quarta-feira a 25 anos de prisão o major do Exército Antauro Humala, que liderou em 2005 uma revolta contra o então presidente Alejandro Toledo, na qual morreram 4 policiais.
O tribunal, presidido pela juíza Carmen Rojassi, considerou Humala culpado por rebelião, homicídio, sequestro, posse ilegal de armas e roubo de armas, durante o assalto à delegacia da cidade de Andahuaylas.
O major Humala, 45 anos, é irmão do líder opositor nacionalista Ollanta Humala, um tenente-coronel do Exército peruano ligado ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, e que concorreu à presidência em 2006.
Além de Antauro Humala, foram condenados seus colaboradores Daniel Ludueña, a 15 anos de prisão, e Tito Palomino, a 20 anos.
A revolta liderada por Humala, que teve a adesão de 150 homens armados, explodiu na madrugada do dia 1º de janeiro de 2005 e se manteve por quatro dias. Ao final, quatro policiais e dois rebeldes estavam mortos.
Os rebeldes, membros do chamado "exército etnocacerista", ocuparam a delegacia de Andahuaylas (800 km ao sul de Lima) para exigir a renúncia de Toledo, acusado de trair a causa indígena.
Toledo foi o primeiro presidente de origem indígena eleito no Peru na era republicana.
O movimento liderado por Antauro Humala pretendia refundar o Peru, reviver o Império Inca, favorecer a supremacia política dos indígenas e fuzilar os corruptos e traidores.
Antauro e Ollanta Humala comandaram, em outubro de 2000, uma revolta contra a polêmica terceira eleição consecutiva de Alberto Fujimori, que renunciou à presidência um mês depois, arrastado por um escândalo de corrupção.