Agência France-Presse
postado em 18/09/2009 09:51
Pelo menos 14 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas na explosão de um carro-bomba nesta sexta-feira (18/09) em um mercado de uma cidade de maioria xiita na região noroeste do Paquistão.
[SAIBAMAIS]A detonação de um jipe carregado com 150 quilos de explosivos deixou pedaços de corpos espalhados pelo mercado e destruiu lojas e carros em Ustarzai, uma localidade montanhosa que liga a cidade militar de Kohat a Hangu, outra cidade xiita com tradição de violência sectária.
Nenhum grupo reivindicou o atentado. O noroeste do Paquistão é cenário de violência religiosa dos extremistas islâmicos, considerados pelos Estados Unidos uma ameaça potencial dentro do país, que é uma potência nuclear.
O mercado estava lotado no momento do ataque, com muitas pessoas comprando alimentos para o fim de semana e para celebrar o 'fitr', a refeição que marca o fim do Ramadã, que para os paquistaneses acontecerá na lua cheia de segunda-feira, após um mês de jejum.
O porta-voz da polícia de Kohat, Fazal Naeem, confirmou o balanço.
"Recuperamos 14 corpos. Muitas pessoas ficaram feridas. O terrorista estava sentado no carro".
Outros policiais, no entanto, anunciaram um número de vítimas menor.
"Entre sete e 10 pessoas morreram na explosão do carro-bomba, mas o balanço pode aumentar porque muitas pessoas estão feridas. Por toda a área há pedaços de corpos espalhados", afirmou Dilawar Bangash, chefe de polícia de Kohat.
"Alguns corpos foram levados para o hospital e algumas pessoas continuam sendo atendidos na estrada", completou. "Esta é uma zona dominada por xiitas e não podemos descartar a possibilidade de ter sido um ataque com motivação sectária", afirmou o policial Ali Hasan, de Ustazai.
Testemunhas no hospital de Kohat relataram que a maioria dos feridos são xiitas. Os canais de televisão exibiram imagens de vítimas cobertas de sangue e com as roupas rasgadas.
O primeiro-ministro paquistanês, Yousuf Raza Gilani, condenou o "covarde ato de terrorismo" e manifestou pesar pela perda de vidas.
Gilani declarou ainda a "determinação de sufocar a ameaça do terrorismo e da militância no país".
Em abril, o Paquistão iniciou uma ofensiva militar contra os talibãs em alguns distritos do noroeste, depois que os insurgentes avançaram até apenas 100 quilômetros da capital Islamabad.
O governo dos Estados Unidos acredita que combatentes islamitas se escondem nas montanhas paquistanesas perto da fronteira com o Afeganistão para planejar ataques contra alvos ocidentais. Eles cruzam a frágil fronteira para atacar as tropas estrangeiras no Afeganistão.