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Ex-refém diz que OEA tem que questionar compras de armas de Brasil e Venezuela

Agência France-Presse
postado em 21/09/2009 15:34
A Organização dos Estados Americanos (OEA) tem que questionar as compras de armas anunciadas por Brasil e Venezuela, afirmou nesta segunda-feira a ex-refém das Farc Clara Rojas.

"O aumento do número de anúncios de compras de armas pelos países da região é extremamente preocupante", afirmou Clara Rojas durante uma reunião da OEA sobre a paz.

"Na América, não se constrói o caminho da paz armado até os dentes", declarou a ex-refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), libertada no início de 2008 após seis anos de cativeiro.

"A OEA tem que questionar todos esses acordos de cooperação que dominaram o noticiário nos últimos dias, sobretudo os entre Venezuela e Rússia e Brasil e França", acrescentou.

O Brasil anunciou a compra de cinco submarinos e 50 helicópteros franceses, além dos 36 caças que ainda estão em licitação.

A Venezuela, por sua vez, informou ter obtido da Rússia um crédito de 2,2 bilhões de dólares para a compra de armamamento (92 tanques e diversos sistemas antiaéreos). Os venezuelanos já compraram dos russos 24 caças Sukhoi-30, 50 helicópteros de combate e 100.000 fuzis de assalto kalashnikov.

O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, disse que as conversas na União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que se reuniu na semana passada sem permitir qualquer progresso importante sobre os temas militares de preocupação na região, precisam continuar.

"Espero que prossigam as conversas sobre uma maior transparência e uma limitação em matéria de armamento, coerentes com a situação de paz em que se encontram a maior parte dos países da região", declarou Insulza.

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