Agência France-Presse
postado em 21/09/2009 15:36
O Estado de Israel indicou nesta segunda-feira que ainda não é o momento para novas negociações no Oriente Médio com os palestinos, frustrando as esperanças criadas pelo anúncio de uma reunião entre o presidente americano, Barack Obama, com as partes em conflito.
Enquanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, se encaminham para a reunião com Obama em Nova York, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, um clima de ceticismo dominou as manchetes sobre o evento.
O encontro será a primeira reunião entre Netanyahu e Abbas desde que o novo premiê israelense chegou ao poder, quase seis meses atrás.
Entretanto, as expectativas estão baixas em relação a alguma conclusão significativa, principalmente depois que o enviado especial americano para o Oriente Médio, George Mitchell, fracassou em suas primeiras tentativas de engedrar uma retomadas das negociações.
O próprio porta-voz de Obama, Robert Gibbs, admitiu que o presidente não possui grandes expectativas quanto à reunião.
"Não depositamos expectativas importantes em uma única reunião", declarou Gibbs aos jornalistas no avião que levava Obama a Nova York.
"As condições não estão adequadas para uma retomada formal das negociações", estimou, por sua parte, o secretário do governo israelense Zvi Herzog, em entrevista à rádio militar. Para ele, a reunião entre Obama, Netanyahu e Abbas em Nova York é apenas "um passo na direção certa".
Seus comentários fazem eco às declarações de um membro da Autoridade Palestina, que no sábado confirmou que Abbas havia aceitado participar da reunião.
"Será uma reunião formal, porque não queremos desapontar a administração americana que a organizou", indicou a fonte, que pediu o anonimato.
"Isso não significa uma retomada das negociações de paz", acrescentou.
Também no sábado, um membro da administração americana pediu cautela aos mais esperançosos.
Sob a condição de anonimato, o oficial disse que Obama pensou ser importante reunir os três líderes em uma sala para "continuar tentando aparar arestas e superer diferenças" neste conflito.
Israelenses e palestinos se acusam mutuamente de sabotar os esforços de Mitchell, que passou a última semana no Oriente Médio em missão diplomática tentando encontrar um caminho para convencer as partes a retomarem o diálogo, suspenso desde dezembro de 2008.
O nervo da discórdia neste momento são os assentamentos judaicos na Cisjordânia, onde vivem atualmente um milhão de israelenses, considerados um dos maiores empecilhos para qualquer acordo de paz.
Israel ignorou os apelos americanos pelo congelamento da expansão destes assentamentos, oferecendo apenas uma diminuição do ritmo das construções.
Os palestinos exigem que o governo israelense interrompa completamente a expansão dos assentamentos para se sentarem novamente à mesa de negociações.