Agência France-Presse
postado em 26/09/2009 11:19
PRAGA - O papa Bento XVI agradeceu a Deus neste sábado pela "libertação" dos países do Leste Europeu do poder de "regimes opressores" da era comunista, em um discurso pronunciado em sua chegada à República Tcheca para uma visita de três dias, constatou a AFP. "Uno-me a vocês e seus vizinhos dando graças pela sua libertação desses regimes opressores", declarou o Papa no aeroporto de Praga."Se a queda do Muro de Berlim marcou uma guinada decisiva na história mundial, foi ainda mais decisiva para os países da Europa Central e do Leste, permitindo-lhes ocupar o seu lugar correspondente no concerto das nações na qualidade de atores soberanos", acrescentou. Bento XVI realiza a sua segunda viagem a um país do Leste Europeu e sua única visita à região neste ano do vigésimo aniversário da queda do Muro de Berlim.
Esta viagem é mais simbólica devido ao fato de Bento XVI ser o sucessor de João Paulo II, o papa polonês que contribuiu para a queda do Muro e advento da democracia ao estilo ocidental nos países do bloco soviético. "Estes países sofreram consideravelmente sob a ditadura, mas no sofrimento surgeram conceitos de liberdade que permanecem atualmente e devem ser aplicados ainda mais hoje em dia", declarou Bento XVI no avião aos jornalistas que o acompanham.
"A liberdade não é a permissividade, mas está relacionada aos grandes valores da verdade, do amor, da solidariedade", acrescentou o Sumo Pontífice. Pouco depois de sua chegada, o Papa visitou a igreja de Nossa Senhora da Vitória, que abriga a famosa imagem do "Menino Jesus de Praga", venerada desde o século XVII e muito popular na Espanha, na Itália e nos países latino-americanos.
Depois percorrerá dois quilômetros nas ruas do centro histórico da "cidade das cem torres" a bordo de seu papa-móvel. Em seguida deverá se reunir com o presidente tcheco Vaclav Klaus e com outros representantes da vida política, além de membros do corpo diplomático.
Uma ampla maioria de tchecos (59%) se declara "sem religião" no último censo de 2001, contra 39% dez anos antes. A proporção das pessoas com religião caiu de 43,9%, em 1991, para 32,2%, em 2001, segundo a Agência de Estatísticas.
Pouco antes de partir para a República Tcheca, o Papa foi saudado pelo presidente do Conselho italiano Silvio Berlusconi, em um gesto de apaziguamento em meio à tensa relação mantida atualmente entre chefe do Governo e a Igreja.