Agência France-Presse
postado em 26/09/2009 19:48
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado que é preciso impedir os "retrocessos" no processo democrático da América Latina, ao citar a crise política em Honduras, onde o presidente deposto, Manuel Zelaya, permanece na embaixada do Brasil em Tegucigalpa."Lutamos muito para varrer para o lixo da história as ditaduras militares de antes, não podemos permitir retrocessos deste tipo em nosso continente. Esta é uma questão importante para nós, sul-americanos, na alvorada de um século moldado pela democracia e o multilateralismo".
"Como na África, a América do Sul passa por um momento de transformações sem precedentes. Estamos decididos a enfrentar, conjuntamente, os numerosos desafios que devem nos unir, e não nos dividir. Este é o sentido da criação do Conselho Sul-Americano de Defesa. Este é o sentido da condenação, unânime, do golpe de Estado em Honduras", destacou Lula.
O presidente brasileiro fez tais declarações em seu discurso na abertura da II Cúpula América do Sul-África, que reúne na ilha venezuelana de Margarita cerca de 30 governantes, inclusive o líder líbio, Muamar Khadafi, há 40 anos no poder.
Zelaya, deposto e expulso de Honduras em 28 de junho passado, voltou secretamente a Honduras e desde a segunda-feira passada está na embaixada do Brasil em Tegucigalpa.
Os países sul-americanos desejam incluir na declaração final da cúpula uma menção sobre a crise política de Honduras, mas ainda não há um consenso sobre o documento, que será firmado no domingo.