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Lula diz que países ricos não souberam assumir seus erros diante da crise mundial

postado em 27/09/2009 13:48
VENEZUELA - O presidente Lula voltou a criticar a maneira com que os países desenvolvidos trataram a crise financeira internacional. No discurso de abertura da 2; Reunião de Cúpula que está sendo realizada na Isla de Margarita, na Venezuela, com a participação de 30 chefes de Estados e de governo. O presidente brasileiro disse que alguns países ricos foram incapazes de assumir seus erros.

;Desde nossa primeira cúpula em Abuja [Nigéria], a economia mundial enfrentou uma das maiores crises de sua história. Incapazes de assumir seus próprios erros, alguns governantes buscam transferir o ônus da crise para os mais fracos. Responsabilizam os imigrantes pelo desemprego, mas vacilam em coibir os bônus milionários pagos aos executivos que promoveram a crise. Adotam medidas protecionistas, que oneram os bens e serviços exportados por países em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, se mostram lenientes com os paraísos fiscais;, afirmou.

;A comunidade internacional precisa reagir. Na reunião do G20, em Pittsburgh, reiterei que a prioridade não deve ser de salvar bancos falidos. Precisamos oferecer respostas aos milhões que perderam os empregos e tiveram as esperanças frustradas;, completou.

Ao ressaltar que os países não podem ser complacentes com sinais do retorno à especulação desenfreada, o presidente defendeu a presença do Estado na regulação dos mercados. ;A mão visível do Estado deve preencher o vácuo regulatório deixado pela mão invisível do mercado. Não há melhor resposta à crise que a integração. A aposta que fizemos no eixo Sul-Sul foi vitoriosa. Graças ao crescimento das trocas entre a América do Sul e a África

Segundo Lula, os países da América do Sul e da África estão construindo ;uma ponte de diálogo e de colaboração que já levou ao aumento de 50% nas trocas comerciais entre os dois continentes desde a 1; Reunião da Cúpula dos chefes de Estado e de governo realizada há dois anos, na Nigéria, na África.

;Queremos fazer da cooperação um fator de emancipação técnica e tecnológica, compartilhando experiências bem sucedidas em matéria de saúde, agricultura e energia, pois acreditamos no poder de transformação de uma parceria entre as regiões que vivem realidades semelhantes e enfrentam problemas comuns;, disse o presidente Brasileiro.

Para Lula, os resultados concretos que estão sendo colhidos são visíveis e podem ser constatados pelos números. ;Nos últimos seis anos, o comércio entre as duas regiões saltou de US$ 6 bilhões para US$ 36 bilhões. Esse processo de fortalecimento de nossa soberania econômica só faz ganhar força;, disse.

Na avaliação do presidente brasileiro, ;os sinais de recuperação econômica não nos autorizam a abandonar as medidas de estímulo ao consumo e à produção, nem de combate à pobreza e à fome. Afinal, os países mais pobres têm pressa em recuperar suas economias e as perspectivas de prosperidade para seus povos;, disse.

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